"A porta da União está aberta para a Geórgia e a UE está comprometida em apoiar a Geórgia no seu caminho até à integração na União Europeia (...), mas devo dizer também que o pedido de ingresso é um compromisso sério para cada candidato", indicou o representante na embaixada do bloco de 27 na capital do país.
Segundo Borrell, que visita pela primeira vez a Geórgia na qualidade de representante da UE, o estatuto de membro não constitui um direito por definição e "é necessário ganhá-lo".
"Deve ser ganho através de reformas sérias e a adesão aos valores da UE", sublinhou, ao assinalar que no caso da Geórgia "ainda existe muito trabalho a fazer".
Borrell frisou que a Geórgia "é um parceiro importante para a UE" e que este "é um período crucial para o seu futuro", porque "dentro de algumas semanas a UE vai analisar os próximos passos para a adesão" do país e analisar os progressos de Tbilissi.
O chefe da diplomacia europeia assinalou que as recomendações para a concessão do estatuto não foram efetuadas "para agradar a Bruxelas" mas para "melhorar a vida dos cidadãos georgianos até ao nível das aspirações europeístas do povo georgiano".
"Vejo muitas bandeiras nas ruas desta cidade e sei que 80% dos georgianos apoiam a integração na UE. Assim, permitam-me expressar o meu agradecimento a todos os que defendem o futuro europeu" da Geórgia, declarou o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
Borrell anunciou que no decurso da visita irá manter reuniões com a Presidente georgiana, Salome Zurabishvili, com o primeiro-ministro, Irakli Garibashvili, e outros altos funcionários do Governo, com quem debaterá "os atuais avanços e o trabalho ainda necessário".
"Como disse no início, a Geórgia deverá aproveitar o pouco tempo que resta para impulsionar reformas decisivas" para avançar em direção à UE, concluiu.
A Geórgia, uma ex-república soviética, tem ambições de ingressar na UE e na NATO, mas várias medidas do atual Governo lançaram recentemente uma sombra sobre estas aspirações e levantaram dúvidas sobre os laços do executivo com Moscovo.
O pequeno país do Cáucaso de quase quatro milhões de habitantes ainda está marcado por uma breve guerra perdida com a Rússia em 2008 e, desde então, Moscovo patrocina duas regiões, a Abecásia e a Ossétia do Sul.
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