Imagens demonstram abalo e estragos deixados por sismo em Marrocos

O sismo foi registado durante a noite, na última hora de sexta-feira, e o último balanço das autoridades aponta para mais de 600 mortos.

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Notícias ao Minuto com Lusa
09/09/2023 09:35 ‧ 09/09/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

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Marrocos

O terramoto desta noite apanhou de surpresa os marroquinos, especialmente no centro do país, onde a ocorrência de sismos raramente resulta em danos significativos. Ao longo das últimas horas, têm surgido vários relatos dos estragos provocados pelo abalo, especialmente nas zonas mais antigas das cidades, com edifícios centenários a colapsarem.

A cidade mais atingida é a de Marraquexe, que é também uma das maiores do país. A estrutura da medina (no mundo árabe e nos países do Norte de África, são os bairros mais antigos da cidade, que costumam estar cercados por uma muralha velha), que é considerada Património Mundial da UNESCO, ficou rachada e gravemente em risco, e há também notícias sobre pedaços de uma mesquita antiga que caíram em cima de carros na rua, esmagando-os.

O último balanço das autoridades marroquinas, de cerca das 8h30 (hora de Lisboa e de Rabat), apontou para pelo menos 632 mortos, e mais de 300 feridos, com muitas pessoas ainda presas nos escombros.

Vídeos divulgados nas redes sociais demonstram o caos deixado pelo sismo desta noite.

Muitas contas verificadas na rede social Twitter (agora X) estão ainda a partilhar imagens de um edifício a ruir completamente, mas alertamos para que essas imagens são datadas de 2020 e que muitas dessas contas não são de órgãos de comunicação verificados.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que regista a atividade sísmica em todo o mundo, o abalo ocorreu às 23:11 de sexta-feira.

O epicentro foi na localidade de Ighil, situada 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe. O terramoto ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilómetros, de acordo com a mesma fonte.

Segundo testemunhas citadas pela agência Efe, o tremor foi sentido em cidades do norte, como Larache, a 550 quilómetros do epicentro, bem como em Casablanca e Rabat, a 300 e 370 quilómetros, respetivamente.

O sismo foi sentido em várias regiões de Portugal, confirmou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Num comunicado, o IPMA disse que o sismo foi sentido com intensidade máxima III/IV, na escala de Mercalli modificada, nos concelhos de Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António (Faro), Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Lisboa), Almada, Setúbal e Sines (Setúbal).

Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Coimbra, em Albufeira, Olhão, Silves (Faro), Alenquer, Loures, Mafra, Oeiras, Sintra, Amadora, Odvelas (Lisboa), Santo Tirso, Vila Nova de Gaia (Porto), Santiago do Cacém, Seixal e Sesimbra (Setúbal), acrescentou o instituto.

A escala de Mercalli Modificada mede os "graus de intensidade e respetiva descrição".

Quando há uma intensidade IV, considerada moderada, os carros estacionados balançam, as janelas, portas e loiças tremem, e os vidros e loiças chocam ou tilintam, podendo as paredes ou estruturas de madeira ranger, descreve o IPMA.

O sismo foi sentido também no sul de Espanha, onde o serviço de emergências da Andaluzia registou cerca de 20 chamadas provenientes das províncias de Huelva, Sevilha, Málaga e Jaén.

De acordo com relatos nas redes sociais, o sismo foi sentido ainda no Mali e na Argélia.

Em 24 de fevereiro de 2004, um terremoto de magnitude 6,3 na escala Richter abalou a província de Al Hoceima, 400 quilómetros a nordeste de Rabat, matando 628 pessoas e causando danos materiais significativos.

Leia Também: Mais de 600 mortos em Marrocos após sismo sentido em Portugal

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