Apesar do forte impacto do sismo da noite passada em Marrocos, as autoridades já vieram garantir que é muito pouco provável que o chão volte a tremer da mesma forma, afastando-se a hipótese de um novo desastre natural.
O diretor do serviço de monitorização de atividade sísmica de Marrocos, Lahsen Mhanni, afirmou que "dezenas de réplicas serão registadas, mas serão de magnitude inferior à principal". "E, com o tempo, elas vão diminuir gradualmente até que a infraestrutura geológica volte a ficar equilibrada", disse Mhanni à televisão Al Jazeera.
O especialista acrescentou ainda que foi afastado o risco de tsunami na costa atlântica do país.
O mesmo diretor do serviço disse à 2M TV, uma televisão marroquina, citada pela Euronews, que este foi o sismo mais forte alguma vez registado no Norte de África. O mais forte até agora tinha ocorrido em 1960, quando um terramoto de magnitude de 5.8 atingiu a cidade marroquina de Agadir e provocou milhares de mortos.
A BBC refere que o epicentro situa-se numa zona remota nas montanhas do Alto Altas, uma região rural onde a população beneficia do turismo ecológico. Muitas das vítimas habitam nestas zonas mais isoladas, pelo que o número total de mortos poderá demorar algum tempo a ser contabilizado.
O sismo, de magnitude 6.8 na escala de Richter, causou 820 mortos e mais de 670 feridos, segundo o último balanço das autoridades marroquinas, que surgiu por volta das 11h00 deste sábado. O abalo foi registado pelas 23h11 de sexta-feira, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que regista a atividade sísmica em todo o mundo.
O epicentro foi na localidade de Ighil, situada 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe.
Vários países e organizações já se ofereceram para ajudar a população e as autoridades marroquinas mas, em Marraquexe, os primeiros pedidos são para mais doações de sangue, para fazer face às necessidades dos serviços de emergência do país.
O abalo foi sentido em Portugal, com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a afirmar que este foi sentido com intensidade máxima III/IV, na escala de Mercalli modificada, nos concelhos de Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António (Faro), Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Lisboa), Almada, Setúbal e Sines (Setúbal).
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