"Reunião com o presidente turco Erdogan à margem do G20. Foram discutidos todo o espetro das relações entre a União Europeia e a Turquia, a Iniciativa de Cereais do Mar Negro e a situação regional, em particular, da Arménia e do Azerbaijão", escreveu Charles Michel, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
O G20 esteve reunido este fim de semana numa cimeira em Nova Deli, capital da Índia.
O G20 reúne as 19 economias mais desenvolvidas ou emergentes e a União Europeia. A União Africana passou a fazer parte do grupo desde sábado, não tendo sido ainda mencionada a alteração do nome para G21.
Além da reunião com Erdogan, o presidente do Conselho Europeu teve uma reunião bilateral com o príncipe herdeiro saudita.
"A parceria entre a União Europeia e o Reino da Arábia Saudita está revitalizada. Continuaremos a avançar nos nossos objetivos comuns e a abordar todos os aspetos da nossa relação, assim como os desafios globais e regionais", referiu o presidente do Conselho Europeu.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apelou hoje para que a Rússia não seja marginalizada nas conversações para reavivar o acordo sobre as exportações de cereais ucranianos através do Mar Negro.
"Nenhum processo que marginalize a Rússia na iniciativa dos cereais do Mar Negro será viável", disse Erdogan aos jornalistas após o encerramento da cimeira do G20 em Nova Deli, segundo a agência francesa AFP.
Erdogan anunciou uma próxima reunião sobre a questão com representantes russos, ucranianos e da ONU, sem especificar uma data ou local.
"Somos de opinião de que qualquer medida suscetível de perturbar a paz no Mar Negro e agravar as tensões na região deve ser evitada", acrescentou o líder turco.
Erdogan deslocou-se à cidade russa de Sochi na segunda-feira para conversações com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, mas o encontro não permitiu desbloquear o impasse sobre os cereais.
Negociado sob a égide de Ancara e da ONU no verão de 2022, o acordo visa garantir as exportações de cereais de Kiev através dos portos ucranianos no Mar Negro.
No entanto, em julho deste ano, a Rússia retirou-se do acordo alegando que o acesso ao mercado internacional para os seus próprios produtos agrícolas e fertilizantes estava a ser dificultado pelas sanções ocidentais por ter invadido a Ucrânia.
A guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, afetou seriamente a exportação de cereais ucranianos, que ficaram retidos nos portos do Mar Negro bloqueados pelas forças russas.
O bloqueio originou uma subida generalidade de preços e fez recear uma crise alimentar global.
Os aliados de Kiev decretaram sanções contra a Rússia que visam também tentar diminuir a capacidade de Moscovo para financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
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