"Mesmo sem qualquer nova política climática, a procura de cada um dos três combustíveis fósseis deverá atingir um pico nos próximos anos", afirmou o diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, num artigo de opinião publicado pelo Financial Times, garantindo que "esta é a primeira vez que é visível um pico na procura de cada um destes combustíveis ao longo da década", e mais cedo do que "muitas pessoas" esperavam.
Esta nova perspetiva baseia-se nas novas projeções do relatório anual da AIE para 2023, que será publicado no próximo mês.
Até agora, a AIE, sediada em Paris, previa que a procura global de petróleo atingisse o seu máximo antes do final da década, mas agora inclui o gás natural e o carvão.
A AIE estimava que a procura mundial de petróleo continuaria a aumentar, mas que o seu crescimento "deveria abrandar significativamente até 2028", graças ao aumento dos automóveis elétricos, segundo o seu relatório 2023 sobre este combustível fóssil, uma visão quinquenal do mercado, publicado em junho passado.
No seu anterior relatório "Perspetivas Energéticas Mundiais" para 2022, a AIE previa que "a procura mundial de petróleo recuperasse apesar dos preços elevados, atingindo um pico e estabilizando depois de 2035".
"As primeiras projeções da AIE sublinham o sucesso da legislação a favor das energias renováveis", comentam os peritos do banco RBC numa nota publicada hoje.
"Apesar disso, os responsáveis políticos ainda têm margem para acelerar a transição energética e a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis".
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