Ministros do G7 condenam "eleições falsas" em territórios ocupados

Os aliados da NATO consideram que o processo foi fabricado e que é mais uma forma de a Rússia reivindicar ilegalmente territórios ocupados.

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© REUTERS/Alexander Ermochenko

Notícias ao Minuto com Lusa
12/09/2023 18:03 ‧ 12/09/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

O grupo de ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 condenou as eleições "falsas" nas regiões ucranianas ocupadas pela Rússia, considerando-as uma violação da soberania da Ucrânia e um "exercício de propaganda".

Num comunicado, divulgado no site do ministério britânico, os ministros dos sete países - Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, além da representação da União Europeia - afirmaram que "estas 'eleições' falsas são uma violação da independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia", acusando o processo de não ter "qualquer base legal". "São um exercício de propaganda que procuram legitimar a ocupação ilegal russa de território ucraniano", acrescentaram os diplomatas.

As eleições regionais russas foram levadas a cabo nas regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson, que a Rússia não controla na sua totalidade, o que não impediu Putin de declarar a sua anexação unilateral no ano passado.

O processo foi condenado por praticamente todos os aliados ocidentais e da NATO, além da Organização das Nações Unidas. A votação em si também foi questionada, com o partido Rússia Unida, de Vladimir Putin, a vencer facilmente a eleição.

"Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaporíjia, além da Crimeia, são parte da Ucrânia. Nunca vamos reconhecer a reivindicação ilegítima da Rússia de território soberano ucraniano e pedimos que todos os Estados as rejeitem de forma inequívoca", apelaram ainda os ministros dos sete países mais poderosos do mundo, do grupo que excluiu a China e a Rússia, acrescentando que estas reivindicações e 'eleições' são estratégias para "fomentar medo e suprimir a cultura e identidade ucraniana".

As votações nas regiões ucranianas ilegalmente anexadas coincidiram com as eleições nacionais para as legislaturas locais e para os governadores em 16 regiões russas. Houve também múltiplas votações para os conselhos municipais em todo o país e eleições para alguns lugares vagos na Duma, a câmara baixa do parlamento russo.

Em Moscovo, o partido Rússia Unida obteve o maior número de votos, mais de 76%, reconduzindo Sergei Sobyanin no cargo de Presidente da Câmara. A diretora da comissão eleitoral russa, Ella Pamfilova, disse que a taxa de participação foi de 43,5%, a mais alta desde 2017, percentagem que inclui a Rússia e as regiões ucranianas ocupadas.

A região de Kherson não está totalmente sob controlo russo e os residentes locais e os ativistas ucranianos denunciaram que os funcionários russos fazem visitas ao domicílio acompanhados por soldados armados em ambas as províncias, detendo aqueles que se recusam a votar e pressionando-os a escrever "declarações explicativas" que podem ser usadas como base para um processo criminal.

As forças armadas ucranianas sugeriram num comunicado de domingo que Moscovo poderia utilizar os votos para identificar homens que poderiam ser recrutados para o exército russo.

No domingo, funcionários eleitorais russos relataram tentativas de sabotagem da votação nas regiões ocupadas, onde as forças leais a Kyiv tinham anteriormente abatido a tiro funcionários pró-Moscovo, explodido pontes e ajudado os militares ucranianos ao identificarem 'alvos chave'.

Leia Também: Partido de Putin venceu eleições nas regiões ucranianas ocupadas

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