"UE que conhecemos reflete a visão dos que sonharam com um futuro melhor"

Von der Leyen discursa no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Notícia

© Reuters/Yves Herman

Notícias ao Minuto com Lusa
13/09/2023 08:17 ‧ 13/09/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Von der leyen

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, discursa pela quarta e última vez do mandato sobre o Estado da União, focando-se no futuro do projeto europeu perante apelos para reformas e alargamento do bloco comunitário.

A líder da UE começou por lembrar que "dentro de poucos menos de 300 dias os europeus irão às urnas" e que, como "em qualquer ato eleitoral", será altura de refletirem no estado da nossa união".

Von der leyen começou por lembrar aquele que foi o início da sua caminhada em frente da Comissão Europeia, referindo que "a União que hoje conhecemos reflete a visão daqueles que sonharam com um futuro melhor, que acreditavam que a Europa era a resposta para o apelo da história".

Aqueles que agora votarem, terão a oportunidade de "decidirem que futuro desejam, que Europa querem", sendo que "milhões de pessoas votaram pela primeira vez, sendo os mais novos nascidos em 2008". Estes, referiu Von der Leyen, pensarão, provavelmente, na "guerra que grassa nas nossas fronteiras ou no impacto das destrutivas alterações climáticas, sobre a forma como a inteligência artificial irá influenciar as suas vidas ou sobre as suas hipóteses de conseguir uma casa ou um emprego nos próximos anos".

No entanto, à semelhança do passado, "encontro nesta nova geração de jovens essa mesma vontade de um futuro melhor. A mesma convicção de que num mundo de incertezas a Europa deve uma vez mais responder ao apelo da historia e é o que temos de construir em conjunto".

E nesse sentido, lembrou que graças "a este parlamento concretizámos mais de 90% das orientações politicas que apresentei em 2019", referindo-se a temas como a transição digital, a independência de vários sectores industriais e inovação na área da saúde.

"Juntos mostrámos que quando a  Europa é coragem isso traduz-se em resultados", atirou, lembrando, porém, que o trabalho está longe de ser concluído".

Contextualizando os avanços no projeto europeu, após a pandemia de covid-19 e a invasão russa da Ucrânia, Ursula von der Leyen observou: "Assistimos ao nascimento de uma União geopolítica, apoiando a Ucrânia, enfrentando a agressão da Rússia, respondendo a uma China assertiva e investindo em parcerias; temos agora um Pacto Ecológico Europeu como peça central da nossa economia e sem paralelo em termos de ambição; temos o caminho para a transição digital e tornámo-nos pioneiros mundiais em matéria de direitos 'online' e temos o histórico Fundo de Recuperação".

Além disso, "estabelecemos os alicerces de uma União da Saúde, ajudando a vacinar um continente inteiro e grandes partes do mundo e começámos a tornar-nos mais independentes em setores críticos, como a energia, os 'chips' ou as matérias-primas", refletiu.

No seu discurso, não faltou ainda uma palavra sobre a igualdade de género, que Von der Leyen, como mulher, diz ser um tema que lhe "toca especialmente".

"Não há um único argumento para que uma mulher que assuma a mesma função que um homem receba menos. Mas temos que continuar a motivar impulsos nesta área", disse, salientando o "trabalho revolucionário" da Comissão Europeia nesta área.

"Outro principio básico é 'Não é Não'. Não pode haver verdadeira igualdade enquanto houver violência", atirou. 

O desafio da inflação

Discursando pela quarta vez desde que assumiu funções, a última neste mandato, a responsável elencou "três grandes desafios económicos para a indústria no próximo ano".

Em causa estão a "escassez de mão-de-obra e de competências, a inflação" e a necessidade de "facilitar a atividade das empresas", num contexto de contido crescimento económico, de consequências da guerra na Ucrânia e de uma apertada política monetária que dificulta o acesso ao financiamento.

Por essa razão, Von der Leyen pediu a Mario Draghi, ex-presidente do BCE, "uma das maiores mentes económicas da Europa, que preparasse um relatório sobre o futuro da competitividade europeia".

O alargamento da Europa e o apoio à Ucrânia

Von der Leyen não culminou o seu discurso sem se referir ao alargamento da Europa, numa alusão à possível entrada da Ucrânia num futuro próximo.

"É possível obter mais rapidamente uma União adequada para o alargamento", disse Ursula von der Leyen no discurso anual sobre o Estado da União.

"Estou muito satisfeita por anunciar que abriremos os Relatórios sobre o Estado de Direito aos países candidatos à adesão que se atualizem ainda mais rapidamente", referiu.

Von der Leyen anunciou ainda que Bruxelas vai começar a trabalhar numa série de revisões políticas pré-alargamento para ver como cada área pode ter de ser adaptada a uma UE maior.

Quanto à Ucrânia, afirmou que "estaremos ao lado da Ucrânia a cada passo do caminho e durante o tempo que for necessário [...]. O nosso apoio à Ucrânia manter-se-á", prometeu.

Nesse sentido, informou que a Comissão Europeia vai prolongar a proteção temporária de pessoas deslocadas pela guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, adotada em março de 2022, garantindo apoio "o tempo que for necessário".

[Notícia atualizada às 11h05]

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas