Marrocos. Necessidades básicas cobertas mas há problemas de longo prazo
A organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou hoje que as necessidades de saúde mais imediatas da população de Marrocos afetada pelo sismo de sexta-feira passada estão cobertas, mas avisou que é preciso enfrentar "problemas a longo prazo".
© Reuters
Mundo Sismo em Marrocos
Cinco dias depois do violento sismo, as operações de resgate "estão a chegar ao fim", dada a baixa probabilidade de encontrar mais sobreviventes nos escombros, afirmou o coordenador de emergência da MSF em Marrocos, John Johnson, citado pela agência Europa Press.
O último balanço provisório do Governo marroquino dá conta de quase 3.000 mortos, enquanto o número oficial de feridos ainda não parou de aumentar, sendo que hoje de manhã já alcançava os 5.500.
"Não vemos grandes necessidades que ainda não estejam cobertas", disse Johnson, que se encontra em Marraquexe, ponto de partida das equipas da organização para as áreas mais próximas do epicentro do terramoto, como Amizmiz e Tahnaout.
Muitos dos feridos já foram retirados da zona e levados para hospitais noutras cidades de Marrocos e, ao mesmo tempo, médicos e enfermeiros de cidades mais longínquas, como Rabat e Casablanca, viajaram para o chamado 'marco zero', adiantou.
No entanto, alertou o responsável, "agora, começa a fase em que vão aparecer problemas de longo prazo", que vão desde a reabilitação de quem sofreu lesões até aos cuidados de saúde mental.
"Há muitas pessoas traumatizadas" pelo que viveram, sublinhou, lembrando que, "a isto, juntam-se outros problemas para além dos puramente médicos, como a distribuição de água e alimentos e a garantia de que todos os cidadãos que ficaram sem abrigo tenham novamente um teto" para viverem.
O sismo que atingiu Marrocos a 08 de setembro provocou danos generalizados na região de Marraquexe.
O tremor de terra, cujo epicentro se registou na localidade de Ighil, 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe, foi sentido em Portugal e Espanha, tendo atingido uma magnitude de 7,0 na escala de Richter, segundo o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos. O Serviço Geológico dos Estados Unidos registou uma magnitude de 6,8.
Este sismo é o mais mortífero em Marrocos desde aquele que destruiu Agadir, na costa oeste do país, em 29 de fevereiro de 1960, causando entre 12.000 e 15.000 mortos, um terço da população da cidade.
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