Diamantino Azevedo falava hoje na abertura da conferência Angola Oil & Gas, em Luanda, focando-se no atual contexto de transição energética que obriga à tomada de decisões claras para garantir a segurança energética e responder aos desafios das alterações climáticas.
Destacou que a segurança energética constitui o principal tema da agenda de vários países, mas deverá ser alcançada por via de uma transição energética justa, para a qual será necessário utilizar todas as fontes de energia existentes, "dando a possibilidade aos países produtores de petróleo e gás de continuarem a desenvolver os seus recursos, para promoverem o seu crescimento e desenvolvimento económico".
O ministro lembrou que, além de reservas de petróleo e gás, o continente africano tem também fontes de energia renováveis e que todos estes recursos são úteis para reduzir a pobreza energética extrema, tendo em conta que cerca de 600 milhões de pessoas em África não têm acesso a fontes de energia modernas.
"Entretanto, para que a segurança energética seja um facto, o continente deverá ter a capacidade de mobilizar os investimentos necessários para exploração das suas diversas fontes de energia e desenvolvimento de infraestruturas", assinalou.
No caso de Angola, apontou vários projetos, no campo petrolífero, fotovoltaico, hidroelétrico ou hidrogénio verde, salientando que o Governo se tem também empenhado na "melhoria dos instrumentos legais, fiscais e contratuais, para a criação de condições cada vez mais competitivas e transparentes para o investimento em projetos no up, mid e downstream" (produção, transporte e armazenamento e distribuição).
E notou que o principal desafio do upstream é travar o declínio acentuado e manter a produção de petróleo acima de um milhão de barris por dia nos próximos anos.
"Entre as ações em curso, gostaríamos de mencionar a exploração em áreas de desenvolvimento, o redesenvolvimento de campos maduros, a extensão dos períodos das concessões e a aplicação de novos termos fiscais e contratuais em campos marginais", elencou.
Diamantino Azevedo destacou também o gás natural como um recurso importante para a transição enérgica, tendo Angola já constituído o primeiro consórcio para o desenvolvimento de gás não associado.
"O Plano Diretor do Gás Natural, em fase de consulta com os parceiros do setor, constituirá a estratégia para o desenvolvimento deste recurso, que irá contribuir para a diversificação da nossa economia, com a criação de indústrias petroquímicas, siderúrgicas, etc., constituindo oportunidades de investimento, principalmente para o setor privado", afirmou.
Para Diamantino Azevedo, no contexto de descarbonização importa promover métodos e tecnologias que permitam reduzir a intensidade de emissões no processo de produção de petróleo e gás, apelando às empresas operadoras e de prestação de serviços do setor que tragam para o mercado angolano as mais recentes inovações tecnológicas.
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