Pela primeira vez, Zelensky discursará presencialmente na ONU, após ter participado virtualmente na Assembleia-Geral do ano passado, pouco mais de seis meses depois da invasão russa.
Zelensky, que deverá ser o 12.º líder a discursar no Debate Geral da 78.ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas (UNGA 78, sigla em inglês), deverá aproveitar para pedir um maior apoio internacional face à invasão russa, de acordo com analistas ouvidos pela Lusa.
A Rússia, por sua vez, será representada pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, que deverá discursar na manhã de sábado.
Como habitual, caberá ao Brasil a abertura dos discursos de alto nível na Assembleia-Geral, através do Presidente, Lula da Silva, na manhã de hoje.
Já Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos - país anfitrião do evento -, cumprirá a tradição e apresentar-se-á em segundo lugar.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, irá intervir também no primeiro dia de debate geral da UNGA78.
Será a sua 5.ª intervenção em representação de Portugal no debate geral anual entre chefes de Estado e de Governo dos 193 Estados-membros da ONU, em que também participou em 2016, 2018, 2019 e 2021.
Os discursos no Debate Geral irão prologar-se até ao próximo dia 26.
A abertura do Debate Geral da 78.ª Assembleia-Geral ocorre num momento em que o planeta é assolado por crises em várias frentes: conflitos globais como o da Ucrânia, os atrasos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a crise climática, além das questões nucleares.
Contudo, espera-se que a invasão da Ucrânia volte a ser - tal como ano passado - um dos assuntos em destaque em vários dos discursos oficiais, até por ter sido levada a cabo por um membro permanente do Conselho de Segurança, importante órgão da ONU cujo mandato é zelar pela manutenção da paz e da segurança internacional, e que acabou por desencadear uma crise de confiança sobre as próprias Nações Unidas.
Por outro lado, os países em desenvolvimento vão querer aproveitar esta sessão da Assembleia para concentrar a atenção internacional nos seus problemas, como o crescente peso da dívida, segundo vários analistas ouvidos pela Lusa.
Também as reformas das instituições financeiras internacionais e uma política de ação em matéria de assistência socioeconómica e sobre-endividamento serão prioridades refletidas nos discursos dos países em desenvolvimento.
A Assembleia-Geral é o órgão onde os 193 Estados-membros da ONU se sentam em pé de igualdade e tem uma função exclusivamente representativa, uma vez que o verdadeiro poder é exercido pelo Conselho de Segurança, onde são membros permanente os Estados Unidos, a China, a Rússia, o Reino Unido e a França, que têm o direito de veto.
Leia Também: Guterres tem conseguido "pequenos passos" com a sua persistência