Bagdade condena "repetidas agressões da Turquia" após ataque no Iraque
A presidência do Iraque condenou hoje as "repetidas agressões da Turquia" em território iraquiano, após a morte de três membros dos serviços antiterroristas curdos num ataque de 'drone' atribuído a Ancara.
© iStock
Mundo Abdel Latif Rachid
O Exército turco instalou várias dezenas de bases militares no Curdistão iraquiano, no norte do Iraque, ao longo dos últimos 25 anos para lutar contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), classificado como grupo terrorista por Ancara e vários países ocidentais.
No entanto, esta segunda-feira o ataque de 'drones' teve como alvo o campo de aviação de Arbat, perto de Sulaymaniyah, onde estavam localizadas as forças dos serviços antiterroristas do Curdistão.
O bombardeamento causou três mortos e três feridos entre as suas tropas, um ataque raro contra as forças regulares da região autónoma.
"O embaixador turco será convocado a Bagdade para lhe entregar uma carta de protesto dirigida à presidência turca", revelaram hoje os serviços do presidente iraquiano Abdel Latif Rachid, em comunicado.
O 'drone' entrou no "espaço aéreo iraquiano através da fronteira com a Turquia", garantiu hoje o general Yehya Rassoul, porta-voz do comandante das Forças Armadas em Bagdade.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros turco reagiu hoje à noite, sem reconhecer abertamente que o Exército de Ancara era responsável pelo ataque, acusando estas forças, afiliadas a um grande partido curdo iraquiano, de treinarem com "terroristas PKK/YPG", em referência ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão e às Unidades de Proteção do Povo, movimento sírio.
"Parece que, no momento da explosão, membros do 'grupo antiterrorista' afiliado à PUK [União Patriótica do Curdistão] estavam a treinar com terroristas do PKK/YPG", pode ler-se num comunicado.
"Este último incidente confirma mais uma vez a justiça da nossa ação em Sulaymaniyah, onde a organização terrorista praticamente fez a população como refém", acrescentou a diplomacia turca.
O primeiro-ministro do Curdistão, Masrour Barzani, também condenou hoje "uma violação da soberania", em reação ao bombardeamento contra o aeródromo de Arbat.
Em abril, a Turquia encerrou o seu espaço aéreo a voos provenientes e com destino ao aeroporto de Sulaymaniyah, denunciando uma intrusão do PKK naquele local.
Poucos dias depois, o Iraque acusou Ancara de ter realizado um "bombardeamento" perto deste aeroporto, enquanto ali estavam soldados norte-americanos e o comandante de uma coligação síria dominada pelos curdos e aliada de Washington, as Forças Democráticas Sírias (FDS).
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