Nagorno-Karabakh. Azerbaijão fará "reintegração pacífica" de arménios

O Azerbaijão disse hoje que quer uma "reintegração pacífica" de Nagorno-Karabakh e que uma reunião do Conselho de Segurança da ONU seria "ineficaz e prejudicial", após a sua vitória relâmpago contra os separatistas arménios deste território disputado há décadas.

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© TOFIK BABAYEV/AFP via Getty Images

Lusa
20/09/2023 18:01 ‧ 20/09/2023 por Lusa

Mundo

Conflito

Hikmet Hajiev, conselheiro do Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, afirmou, em conferência de imprensa, que o Azerbaijão tinha "o objetivo da reintegração pacífica dos arménios de Karabakh" e "uma normalização" das relações com a Arménia.

Também prometeu "passagem segura" para as forças separatistas arménias, indicando que todas as ações realizadas no terreno seriam coordenadas com as forças de manutenção da paz russas.

Derrotados em 24 horas, os separatistas arménios anunciaram num comunicado de imprensa a assinatura de um acordo sobre a cessação total das hostilidades com a mediação do comando das forças de paz russas, destacadas na região durante três anos.

Em detalhe, este acordo, confirmado por Baku, prevê "a retirada das restantes unidades e soldados das forças armadas da Arménia" e "a dissolução e desarmamento completo das formações do Exército de Defesa do Nagorno-Karabakh".

Os separatistas também concordaram em realizar as primeiras conversações sobre a reintegração deste território no Azerbaijão na quinta-feira, na cidade azeri de Yevlakh.

O Azerbaijão considerou ainda que uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre os combates em Nagorno-Karabakh, solicitada pela França, "não era necessária".

"Acreditamos que tal reunião, se ocorrer, seria ineficaz e prejudicial", disse Hikmet Hajiev.

O conselheiro, no entanto, esclareceu que o seu país estaria pronto para expressar "as suas opiniões e preocupações legítimas" perante o Conselho de Segurança, caso a reunião se realize.

A França, considerando a ofensiva do Azerbaijão ilegal e inaceitável, solicitou na terça-feira a convocação de emergência de uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Isto poderá acontecer "nos próximos dias", disseram à agência France-Presse (AFP) duas fontes diplomáticas, referindo-se à data de quinta-feira.

A vitória do Azerbaijão alimenta receios de uma saída em massa dos 120 mil habitantes de Nagorno-Karabakh, enquanto imagens difundidas pelos meios de comunicação social locais mostravam uma multidão reunida no aeroporto de Stepanakert, controlado pelos russos, a capital dos separatistas.

Milhares de pessoas tiveram de ser retiradas desde terça-feira pelas forças separatistas e soldados russos.

Os separatistas arménios de Nagorno-Karabakh anunciaram hoje que aceitaram depor as armas e negociar a reintegração da parte do território que controlavam no Azerbaijão.

A decisão ocorreu um dia depois de o Azerbaijão ter lançado uma operação militar no enclave de população maioritariamente arménia, que os separatistas disserem ter causado 32 mortos e mais de 200 feridos.

Os separatistas arménios declararam a independência da República Nagorno-Karabakh do Azerbaijão na sequência da desintegração da União Soviética, em 1991.

A declaração da independência desencadeou um conflito armado de que saíram vencedores os separatistas apoiados pela Arménia.

Trinta anos mais tarde, no outono de 2020, as forças armadas do Azerbaijão reconquistaram dois terços do território, situado no sul do Cáucaso.

No âmbito do acordo que pôs fim ao conflito em 2020, a Rússia, aliada tradicional da Arménia, mantém uma força de manutenção de paz em Nagorno-Karabakh.

Leia Também: Nagorno-Karabakh. Arménia responsabiliza Rússia por segurança de arménios

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