Alemanha asilou 90 russos a fugir da mobilização desde início da guerra

A Alemanha só aceitou 90 requerentes de asilo russos que fogem do serviço militar desde o início da invasão da Ucrânia, apesar de ter recebido cerca de 3.500 pedidos, anunciou hoje o grupo de comunicação alemão RND.

Notícia

© Hannes P Albert/picture alliance via Getty Images

Lusa
23/09/2023 10:54 ‧ 23/09/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia

A informação surge como uma resposta do Ministério do Interior a uma pergunta da deputada da esquerda alemã Clara Bünger, que afirmou ter conhecimento de que, até hoje, pelo menos 1.500 cidadãos russos em idade militar pediram asilo à Alemanha desde o início do conflito, a 24 de fevereiro de 2022.

Dos pedidos processados, 90 foram resolvidos positivamente, enquanto em 1.100 casos a Agência Federal para a Migração e os Refugiados (BAMF) determinou que o caso deveria ser resolvido por outro país europeu, uma vez que é o Estado de entrada na União Europeia (UE).

"Os desertores continuam a receber proteção internacional. As pessoas que vão ser recrutadas para o exército e que se recusam a servir recebem proteção internacional se estiverem preenchidos os requisitos para a proteção internacional", afirmou o ministério na sua resposta à pergunta parlamentar.

Estes requisitos implicam que o indivíduo enfrente medidas punitivas no seu país de origem por recusar o serviço militar e, segundo o ministério, não são cumpridos tão frequentemente como no caso dos desertores.

Depois de a Rússia ter anunciado a mobilização parcial em setembro de 2022, o chanceler alemão, Olaf Scholz, declarou estar a favor de oferecer proteção a possíveis objetores de consciência, após submetê-los aos controlos de segurança protocolares.

No entanto, a maioria dos requerentes de asilo russos chega à Alemanha depois de ter passado por outro país europeu, geralmente através da Finlândia ou dos estados bálticos, que são legalmente responsáveis pelo tratamento do caso, com base no mecanismo de Dublin II.

Os governos destes países que fazem fronteira com a Rússia anunciaram, porém, que não acolherão desertores russos ou objetares de consciência, que ficam assim num limbo jurídico.

"A Lituânia não concederá asilo àqueles que estão simplesmente a fugir às suas responsabilidades. Os russos devem ficar e lutar contra [o Presidente Vladimir] Putin", afirmou na altura o ministro dos Negócios Estrangeiros lituano, Gabrielius Landsbergis.

Leia Também: AO MINUTO: Portugal? "Aliado ideal"; Nove mortos em ataque na Crimeia

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas