A informação surge como uma resposta do Ministério do Interior a uma pergunta da deputada da esquerda alemã Clara Bünger, que afirmou ter conhecimento de que, até hoje, pelo menos 1.500 cidadãos russos em idade militar pediram asilo à Alemanha desde o início do conflito, a 24 de fevereiro de 2022.
Dos pedidos processados, 90 foram resolvidos positivamente, enquanto em 1.100 casos a Agência Federal para a Migração e os Refugiados (BAMF) determinou que o caso deveria ser resolvido por outro país europeu, uma vez que é o Estado de entrada na União Europeia (UE).
"Os desertores continuam a receber proteção internacional. As pessoas que vão ser recrutadas para o exército e que se recusam a servir recebem proteção internacional se estiverem preenchidos os requisitos para a proteção internacional", afirmou o ministério na sua resposta à pergunta parlamentar.
Estes requisitos implicam que o indivíduo enfrente medidas punitivas no seu país de origem por recusar o serviço militar e, segundo o ministério, não são cumpridos tão frequentemente como no caso dos desertores.
Depois de a Rússia ter anunciado a mobilização parcial em setembro de 2022, o chanceler alemão, Olaf Scholz, declarou estar a favor de oferecer proteção a possíveis objetores de consciência, após submetê-los aos controlos de segurança protocolares.
No entanto, a maioria dos requerentes de asilo russos chega à Alemanha depois de ter passado por outro país europeu, geralmente através da Finlândia ou dos estados bálticos, que são legalmente responsáveis pelo tratamento do caso, com base no mecanismo de Dublin II.
Os governos destes países que fazem fronteira com a Rússia anunciaram, porém, que não acolherão desertores russos ou objetares de consciência, que ficam assim num limbo jurídico.
"A Lituânia não concederá asilo àqueles que estão simplesmente a fugir às suas responsabilidades. Os russos devem ficar e lutar contra [o Presidente Vladimir] Putin", afirmou na altura o ministro dos Negócios Estrangeiros lituano, Gabrielius Landsbergis.
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