"O Mercosul está em risco, especialmente pelos próximos acontecimentos", como as eleições na Argentina, com "a capacidade de alcance da narrativa do candidato que lidera as eleições", disse Haddad, durante a abertura de um seminário económico.
Para as eleições argentinas de 22 de outubro, as últimas pesquisas sondagens colocam Milei em primeiro lugar, o ministro Sergio Massa em segundo e a candidata do centro-direita Patricia Bullrich em terceiro, projetando uma segunda volta eleitoral entre os dois primeiros em 19 de novembro.
Sem citar diretamente o nome de Milei, que tem se repetidamente manifestado contra o Mercosul, bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o ministro brasileiro defendeu a necessidade de concluir o acordo comercial com a UE.
Segundo Haddad, chegar ao acordo antes de Milei eventualmente chegar ao poder seria um "antídoto para medidas que poderiam desorganizar a região" e, nesse sentido, reiterou os esforços do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
"O Presidente Lula [da Sila] está empenhado em assinar o acordo este ano", sublinhou Haddad, que, no entanto, reconheceu que "ainda há resistência à abertura do mercado por parte da Europa, que tem as suas próprias dificuldades".
Após duas décadas de árduas negociações, em 28 de junho de 2019, a UE e o Mercosul chegaram a um acordo político geral para selar um pacto de livre comércio, mas a resolução de alguns aspetos técnicos e as novas exigências ambientais apresentadas pelos países permaneceram pendentes neste ano.
"Conseguimos uma redução de 48% no desmatamento na Amazónia nos primeiros oito meses de Governo. Temos capacidade para coroar uma importante política multilateral", disse o chefe da pasta das Finanças.
O 18.º Fórum Económico da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que vai até terça-feira em São Paulo, também conta com a participação da ministra do Planeamento, Simone Tebet, e de vários ex-ministros.
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