Segundo a deputada da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, principal partido na oposição em Moçambique), entre os desafios comuns a ambos países lusófonos encontram-se os da "manutenção da paz", porque têm "uma história parecida".
"Temos o desafio de manter a paz, o desafio de garantir que as instituições sejam fortes, que as instituições possam ser respeitantes daquilo que são os ditames da lei e das Constituições dos nossos países", disse aos jornalistas.
Em declarações à margem da Conferência Internacional sobre a Paz, Segurança e Desenvolvimento, onde foi uma das oradoras convidadas pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, oposição), Ivone Soares destacou também o multipartidarismo do parlamento angolano.
Para a também escritora e membro do Conselho Nacional da Renamo, Angola e Moçambique têm ainda desafios de garantir que a "participação popular, em termos políticos", seja uma realidade para a juventude e para as mulheres, bem como para "todos aqueles que têm uma palavra a dizer, sobretudo grupos minoritários, e garantir também que eles tenham representação nas instituições do Estado".
A convidada da Renamo, que nesta conferência abordou "o papel da sociedade civil, da juventude e da mulher em países em vias de consolidação da democracia", destacou o "interessante" processo de paz em Angola e a criação do parlamento multipartidário.
"Acho que é um processo interessante, porque vocês têm um parlamento multipartidário onde os angolanos têm a possibilidade de poder expressar as suas preocupações, apresentar visões sobre vários aspetos da governação", realçou.
A conferência, realizada no âmbito das celebrações do 42.º aniversário do Dia Internacional da Paz, abordou o papel do parlamento para a consolidação da democracia e responsabilização política, a doutrina social da igreja para um desenvolvimento sustentável, o papel dos atores políticos para a garantia da paz, estabilidade e desenvolvimento, entre outros temas.
Membros de direção da UNITA, da Frente Patriótica Unida, do corpo diplomático acreditado em Angola, da sociedade civil, representantes de departamentos ministeriais e autoridades religiosas participaram na conferência, que contou com oradores angolanos e estrangeiros.
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