Senador democrata Cory Booker junta-se aos que pedem demissão de Menendez
O senador democrata Cory Booker apelou hoje ao seu par e correligionário Bob Menendez para resignar, referindo "alegações chocantes de corrupção e detalhes específicos e perturbantes de más práticas".
© STEFANI REYNOLDS/AFP via Getty Images
Mundo EUA
Até agora, já 11 senadores democratas solicitaram a Menendez que se demita.
Na segunda-feira, Menendez, que dirige a comissão dos Negócios Estrangeiros do Senado dos EUA, rejeitou a acusação de corrupção, feita pela justiça federal, que envolve o Egito, e recusou demitir-se.
Em causa a alegação de ter usado a sua posição política para ajudar o governo egípcio e pressionar procuradores federais para encerrarem um caso contra um amigo. Na acusação, detalha-se que lhe foram pagos subornos -- barras de outo, dinheiro e carro de luxo - por três empresários de Nova Jérsia em troca de favorecimentos ilegais.
Em declarações que já prestou a jornalistas, este Menendez, de origem cubana, qualificou as acusações do procurador federal de Nova Iorque, Damian Williams, divulgadas na sexta-feira, como "alegações, nada mais do que alegações".
Com a esposa, este congressista democrata teria aceitado, entre 2018 e 2022, "centenas de milhares de dólares", para se servir do seu poder e da sua influência para "proteger e enriquecer os empresários" que lhe deram o dinheiro e para "apoiar o governo egípcio".
Apesar de os apelos à sua demissão se terem acumulado desde sexta-feira, este congressista, de 69 anos, que tem sido eleito desde há 30 anos, declarou-se convencido que vai "ser inocentado e continuar a ser o mais antigo senador de Nova Iorque".
Segundo a acusação e informações do New York Times, a polícia federal descobriu, em junho de 2022, na sua residência meio milhão de dólares em notas e 15 lingotes de ouro, correspondentes a três quilos.
"Desde há 30 anos que retiro milhares de dólares da minha conta poupança pessoal, que guardei em caso de emergência, devido à história da minha família, confrontada com apreensões e confiscações, justificou Menendez.
Sobre o favorecimento do Egito, Menendez contrapôs que tinha "interpelado diretamente o presidente (egípcio Abdel Fattah) al-Sissi a propósito dos atentados aos direitos humanos, das detenções arbitrárias, das liberdades, etc".
Menendez já tinha sido alvo de investigação por corrupção em 2015, mas o processo foi anulado em 2017, perante a ausência de unanimidade entre os jurados. E em 2018, o Departamento da Justiça na presidência do republicano Donald Trump, solicitou a anulação de todas os procedimentos contra o senador democrata.
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