Igreja espanhola preocupada com crise política no país
O arcebispo de Madrid, José Cobo Cano, disse hoje que a Igreja Católica está preocupada com a crise política em Espanha, considerando que a ausência de entendimento é um "problema para todos".
© Reuters
Mundo Espanha/Governo
"A Igreja está preocupada e tudo o que seja confronto e paralisia por [falta de] entendimento é um problema para todos", afirmou José Cobo Cano aos jornalistas, na Cidade do Vaticano, onde no sábado vai ser formalmente investido cardeal.
O parlamento de Espanha rejeitou hoje, numa segunda e definitiva votação, a candidatura a primeiro-ministro do presidente do Partido Popular (PP, direita), Alberto Núñez Feijóo, com 177 votos contra dos 350 deputados.
O plenário confirmou o resultado da primeira votação, na quarta-feira, quando a candidatura de Feijóo teve 178 votos contra e 172 a favor.
Após o fracasso da investidura de Feijóo, o Rei Felipe VI deverá indicar um novo candidato a primeiro-ministro, com o socialista Pedro Sánchez a afirmar repetidamente que está disponível e que acredita ter condições para reunir os apoios necessários para ser reconduzido no cargo pelo parlamento.
O arcebispo da capital espanhola, que prestava declarações antes de ser conhecida a votação de hoje, salientou que "a vida e a posição da Igreja está a ser a de estimular o diálogo e o consenso", além de "valorizar a ética do encontro e a ética do diálogo na política".
"A função da Igreja é estimular aqueles que são católicos ou aqueles que queiram escutar a voz da Igreja a voltarem ao consenso e a praticarem a política do consenso", declarou, referindo que o Papa Francisco "chama-lhe o amor político".
O futuro cardeal defendeu "a prática do amor político", através de "passos numa ética que vá mais além de um partido, que vá mais além dos interesses pessoais", uma "ética que pense no país e nos grandes temas".
"Creio que em Espanha o que nos preocupa e o que preocupa a Igreja é o que fazemos com a desigualdade neste momento, o que se passa com as nossas famílias que têm dificuldades, o que se passa com o tema da migração, o que se passa com a falta de esperança que tem a nossa gente. Creio que temos de nos unir para responder a isso", acrescentou.
O PP foi o partido mais votado nas eleições de 23 de julho e o Rei de Espanha, Felipe VI, indicou Feijóo como candidato a primeiro-ministro, com a investidura a ter de ser votada e aprovada pelo Congresso dos Deputados.
O Congresso dos Deputados tem até 27 de novembro, dois meses após a primeira votação da candidatura de Feijóo, para eleger um novo chefe do Governo e evitar a repetição das eleições legislativas em janeiro.
Leia Também: O que se segue nas eleições em Espanha? Próximo passo cabe ao Rei
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com