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Europa pós-eleições não trará "mudança generalizada para o nacionalismo"

O vice-presidente da Comissão Europeia Margaritis Schinas diz não esperar "um movimento ou mudança generalizada para os extremos ou para o nacionalismo" após as eleições europeias de 2024, assinalando que essas forças "não são maioritárias na Europa".

Europa pós-eleições não trará "mudança generalizada para o nacionalismo"
Notícias ao Minuto

13:41 - 30/09/23 por Lusa

Mundo Margaritis Schinas

"Acho que a Europa que vai emergir vai ser mais resiliente, mais consciente deste facto. Não espero um movimento ou uma mudança generalizada para os extremos ou para o nacionalismo. Não creio que as eleições possam conduzir a maior isolamento ou mais nacionalismo ou mais soluções nacionalistas", disse à Lusa, numa entrevista margem da participação no Fórum La Toja, na Galiza, Espanha.

Questionado sobre se tal é realista numa altura em que alguns países parecem evoluir nesse sentido, Schinas assinalou que "não diria alguns países, mas algumas forças nesses países vão nesse sentido", mas "estas forças não são maioritárias na Europa".

"Temos de dar resposta a estas forças, ao que estão a dizer, mas não espero um movimento ou mudança generalizada para os extremos ou para o nacionalismo após as eleições [de junho de 2024]", afirmou.

O comissário acredita que "a grande maioria dos europeus estará ao lado de respostas europeias moderadas e coletivas".

"Quando os europeus forem votar terão muito presentes duas coisas. A primeira é a natureza sem precedentes de crises, ameaças e pressão que a Europa está a enfrentar. De todos os tipos: pandemia, guerra, migração, mudanças climáticas. Todas estas crises são as mesmas para todos os europeus, onde quer que vivam", assinalou.

O segundo pensamento, diz, será questionar se a resposta para estes problemas "pode ser nacional, regional, populista ou se podemos melhorar se cada um trabalhar sozinho".

"Inevitavelmente -- e acho que provamos isso nesta comissão -- apenas a força coletiva dos europeus que pode comprar vacinas, construir resiliência, ajudar a Ucrânia", sublinhou.

O vice-presidente da Comissão Europeia recusa a ideia de que o projeto europeu esteja ameaçado.

"A UE não está em risco. Mas temos muitos inimigos que gostariam de ver o projeto europeu falhar. Não é a mesma coisa. Não estamos em risco", assegurou.

Schinas observa que, em 2016, "havia uma escola de pensamento que questionava a viabilidade do projeto europeu", sobretudo "em resultado do 'Brexit', do terrorismo jihadista, da ocupação da Crimeia pela Rússia, da crise financeira".

"Mas todos estes assuntos, na minha opinião, solidificaram o projeto europeu. Fizeram projeto mais forte", destacou.

Sobre a guerra na Ucrânia, o comissário considerou que o apoio da UE "tem sido espetacular, massivo e unânime".

O apoio da UE à Ucrânia é "irreversível", garantiu. "Mesmo com diferenças, ficaremos com a Ucrânia pelo tempo que for preciso", garantiu.

Se tal não for feito, "o custo será mais alto, mais tarde".

"A Europa vai apoiar a Ucrânia por quanto tempo for preciso. Vamos ver quem mais o fará", vincou.

Para o comissário, "o custo de abandonar a Ucrânia será imenso", não apenas para a Europa "mas para o mundo ocidental".

A 5.ª edição do Fórum La Toja realizou-se entre quinta-feira e sábado na ilha de La Toja, em Espanha.

O encontro, que se apresenta como uma referência para o debate intelectual e académico, teve este ano por tema "Um Mundo mais incerto".

Leia Também: Pacto migratório após eleições de 2024 seria "suicida para a Europa"

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