Eslováquia acusa Rússia de ingerência nas legislativas de sábado
A Eslováquia acusou hoje a Rússia de ingerência nas eleições legislativas de sábado e convocou um diplomata russo após declarações do chefe dos serviços secretos externos russos sobre "a ingerência" de Washington na política interna eslovaca.
© Piaras Ó Mídheach/Sportsfile via Getty Images
Mundo Eleições
O Ministério dos Negócios Estrangeiros eslovaco protestou contra as declarações de Serguei Narychkin, que pôs "em causa a integridade das eleições livres e democráticas na Eslováquia", e classificou-as como "uma ingerência inadmissível da Federação da Rússia no processo eleitoral" do país.
A embaixada russa em Bratislava negou hoje qualquer interferência.
"Ao contrário de alguns atuais aliados da Eslováquia, nós não interferimos nos assuntos internos de outros países e não nos envolvemos em mudanças de regime", declarou a embaixada, citada por agências noticiosas russas.
"Compreendo que os resultados das eleições estejam associados a diversas preocupações para muitas pessoas", afirmou a Presidente da República eslovaca, Zuzana Caputova, antiga líder do partido centrista Eslováquia Progressista (PS), o segundo mais votado nas legislativas de sábado, atrás do populista Direção-social Democracia (Smer-SSD) do antigo primeiro-ministro Robert Fico, contrário à ajuda militar à Ucrânia e considerado pró-russo, e novamente encarregado de formar Governo.
No entanto, acrescentou Caputova, "a missão do chefe de Estado é respeitar o resultado de eleições democráticas".
Durante a campanha, Robert Fico, de 59 anos, prometeu que a Eslováquia não enviaria nem "mais uma bala" para a Ucrânia e apelou para melhores relações com a Rússia.
Fico declarou recentemente que "a guerra na Ucrânia começou em 2014, quando fascistas ucranianos mataram vítimas civis de nacionalidade russa", fazendo eco de afirmações russas não-comprovadas.
No domingo, sustentou que o seu país de 5,4 milhões de habitantes tem "problemas mais importantes" que a ajuda à Ucrânia, apesar de a Eslováquia, membro da União Europeia (UE) e da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) ter sido até agora um dos grandes doadores europeus à Ucrânia, em proporção com o seu Produto Interno Bruto (PIB).
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