"Se abrirmos este debate é porque sabemos que temos de nos preparar [...] para convergir. É preciso tentar identificar o que se deve fazer a curto prazo, mas também a médio prazo, para progredir e, mais uma vez, este ponto de partida, eles sabem que o objetivo é ter algumas orientações ou alternativas", declarou Charles Michel.
Falando à chegada a um Conselho Europeu informal, realizado em Granada pela presidência espanhola do Conselho da UE e marcado por questões sobre alargamento e migrações, o responsável classificou esta como "uma reunião importante porque é o ponto de partida do debate sobre a agenda estratégica" na próxima década.
"É importante porque nos permitirá alguns pontos, como o que queremos no futuro, quais são as nossas prioridades, quais são as nossas políticas comuns tendo em conta a perspetiva do alargamento", destacou.
De acordo com Charles Michel, "os países candidatos sabem o que têm de fazer".
"Do nosso lado, do lado da UE, temos de nos preparar e esta é a primeira vez, desde há muitos anos, que se realiza um debate de tão alto nível sobre um tema tão fundamental", adiantou.
Os chefes de Estado e de Governo da UE discutem hoje uma Europa preparada para a próxima década, marcada por desafios como as migrações e o alargamento a países como a Ucrânia.
Realizado sob os auspícios da presidência espanhola do Conselho da UE, o Conselho Europeu informal foca-se na definição das orientações e prioridades políticas gerais da União para os próximos anos, num momento em que o bloco europeu tenta chegar a acordo sobre novas regras para uma gestão migratória mais justa e equitativa e se fala da data de 2030 para o alargamento comunitário.
Um assunto em cima da mesa é então o alargamento europeu, quando se espera que, até ao final do ano, os líderes da UE deem 'luz verde' à abertura de negociações formais com a Ucrânia e Moldova, que obtiveram em meados de 2022 estatuto oficial de países candidatos ao bloco comunitário.
Num rascunho das conclusões desta cimeira europeia informal, a que a agência Lusa teve acesso, os líderes dos 27 Estados-membros da UE indicam que, "na perspetiva de uma nova União alargada, tanto a UE como os futuros Estados-membros têm de estar preparados".
"Os países candidatos devem intensificar os seus esforços de reforma, nomeadamente no domínio do Estado de direito, em conformidade com a natureza baseada no mérito do processo de adesão e com a assistência da UE. Paralelamente, a União deve lançar as bases internas necessárias para se preparar para o alargamento", lê-se ainda.
A Declaração de Granada surge 18 meses após a Declaração de Versalhes adotada em março de 2022, pouco depois do início da guerra na Ucrânia, na qual a UE se comprometeu com o reforço das capacidades de defesa, a redução das dependências energéticas e a construção de uma base económica mais sólida.
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