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Israel: AI "alarmada" com número crescente de mortes de civis

A Amnistia Internacional (AI) manifestou-se hoje "profundamente alarmada" com o número crescente de mortes de civis em Gaza, na Cisjordânia ocupada e em Israel e apelou ao fim das hostilidades entre israelitas e palestinianos.

Israel: AI "alarmada" com número crescente de mortes de civis
Notícias ao Minuto

18:00 - 09/10/23 por Lusa

Mundo Israel

Num comunicado divulgado hoje, a organização de defesa e promoção dos direitos humanos, com sede em Londres, frisa que civis de ambos os lados estão a "pagar o preço da escalada sem precedentes das hostilidades entre Israel e Gaza".

"Estamos profundamente alarmados com o número crescente de mortes de civis em Gaza, em Israel e na Cisjordânia ocupada e apelamos urgentemente a todas as partes envolvidas no conflito para que respeitem o direito internacional e façam todos os esforços para evitar mais derramamento de sangue entre os civis", afirmou Agnès Callamard, secretária-geral da Amnistia Internacional, citada no comunicado.

"Nos termos do direito internacional humanitário, todas as partes em conflito têm a obrigação clara de proteger a vida dos civis envolvidos nas hostilidades. [...] As forças de segurança israelitas e os grupos armados palestinianos devem envidar todos os esforços para proteger as vidas de civis", acrescentou.

Segundo a AI, a "escalada de violência começou com o Hamas a disparar foguetes contra Israel" e "a lançar uma operação sem precedentes dos seus combatentes no sul de Israel, onde civis foram também atacados e sequestrados".

"Visar deliberadamente civis, efetuar ataques desproporcionados e ataques indiscriminados que matam ou ferem civis são crimes de guerra. Israel tem um historial horrível de cometer crimes de guerra com impunidade em guerras anteriores em Gaza. Os grupos armados palestinianos de Gaza devem abster-se de atingir civis e de utilizar armas indiscriminadas, como fizeram também no passado e, mais intensamente, neste caso, atos que constituem crimes de guerra", sustentou a organização.

Segundo os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde palestiniano, o ataque de retaliação de Israel a Gaza matou pelo menos 413 pessoas e feriu cerca de 2.300. Por seu lado, o Ministério da Saúde israelita referiu existirem pelo menos 700 mortos e mais de 2.234 feridos em ataques de grupos armados palestinianos.

Os militares israelitas confirmaram aos meios de comunicação social que civis israelitas, "alegadamente, também crianças", bem como soldados, foram raptados por grupos armados palestinianos e feitos reféns, adianta a AI no documento.

"O rapto de civis e a tomada de reféns são proibidos pelo direito internacional e podem constituir crimes de guerra. Todos os civis mantidos como reféns devem ser libertados imediatamente e sem ferimentos. Todas as pessoas mantidas em cativeiro devem ser tratadas com humanidade, em conformidade com o direito internacional, e receber tratamento médico", frisa a AI.

Para a organização internacional, as causas profundas destes ciclos repetidos de violência devem ser abordadas "com caráter de urgência".

"Para tal, é necessário respeitar o direito internacional e pôr termo ao bloqueio ilegal de Israel a Gaza, que dura há 16 anos, bem como a todos os outros aspetos do sistema de apartheid imposto por Israel a todos os palestinianos", defende a AI, para quem o Governo israelita "deve abster-se de incitar à violência e às tensões" na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, especialmente em torno de locais religiosos.

O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como "Espadas de Ferro".

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas.

Leia Também: Sogros de primeiro-ministro da Escócia "encurralados" na Faixa de Gaza

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