Alemanha anuncia proibição de atividades do Hamas no país
O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou hoje a proibição de atividades do movimento islamita Hamas na Alemanha, depois da ofensiva lançada no sábado contra Israel, que deixou mais de 1.300 israelitas mortos.
© Lusa
Mundo Israel/Palestina
Num discurso no Bundestag, Scholz indicou que a Samidoun, rede de solidariedade com os prisioneiros palestinianos, também será proibida devido à polémica que surgiu após a celebração do ataque.
"É desprezível. É desumano. Contradiz todos os valores do nosso país", disse Scholz. "Não deixaremos de agir contra o ódio e o incitamento ao ódio. Não toleramos o antissemitismo", acrescentou.
O Chanceler declarou que as autoridades irão aplicar a proibição de forma consistente. "Qualquer pessoa que glorifique os crimes do Hamas ou use os seus símbolos pode ser processada na Alemanha", disse.
"Qualquer pessoa que tolere assassínios e homicídios ou incite atos criminosos pode ser processada. Qualquer pessoa que queime bandeiras israelitas pode ser processada. Qualquer pessoa que apoie uma organização terrorista como o Hamas pode ser processada", detalhou.
Scholz afirmou que as forças de segurança irão exigir responsabilidades e import expressamente "a proibição de associações e atividades", sustentou.
Segundo dados do Gabinete para a Proteção da Constituição, o serviço de inteligência nacional, o Hamas conta com o apoio de cerca de 450 pessoas na Alemanha, muitas delas cidadãos alemães.
Não existe um ramo oficial do grupo terrorista na Alemanha e as associações próximas do movimento foram proibidas há anos. A única medida adicional possível é a proibição de atividades anunciada hoje.
Scholz confirmou que a ajuda ao desenvolvimento para a Palestina será suspensa, depois de o Governo ter anunciado a revisão dos apoios.
O chanceler esclareceu também que as autoridades devem primeiro concluir uma revisão de apoios para garantir que "serve melhor a paz regional e a segurança de Israel".
"Até que esta revisão seja concluída, não iremos disponibilizar quaisquer novos recursos de cooperação para o desenvolvimento", disse.
"Infelizmente, o sofrimento da população civil da Faixa de Gaza pode ser previsto, o que provavelmente aumentará ainda mais". "Mas a culpa é também do ataque do Hamas", adiantou.
Scholz indicou também estar a fazer todos os possíveis para conseguir a libertação de todos os reféns às mãos do Hamas. "Estou em contacto com o Presidente do Egito e falarei também com o Presidente turco", disse.
Por outro lado, Israel solicitou hoje à Alemanha munições para os seus navios de guerra, disse o Ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius.
O ministro afirmou ainda que irá falar com as autoridades israelitas para ter mais detalhes sobre o pedido de Israel e confirmou que Berlim entregará equipamentos médicos. "Estamos com Israel", afirmou.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, ameaçou executar os reféns raptados em Israel, incluindo jovens capturados durante um festival de música.
Além dos 1.300 mortos em Israel, e segundo os últimos dados do Ministério da Saúde israelita, foram hospitalizadas 3.268 pessoas, das quais 28 em estado crítico, 348 em estado grave e 581 em estado moderado,
Do lado de Gaza, adianta o Ministério da Saúde palestiniano, além da morte de 1.354 pessoas, muitas delas civis, somam-se 6.049 feridos em diferentes estados, bem como 31 mortos na Cisjordânia, onde também foram contados cerca de 180 feridos.
O ataque levou Israel a declarar guerra contra o grupo extremista palestiniano e a responder com bombardeamentos contra a Faixa de Gaza.
As Nações Unidas disserem que a guerra originou também mais de 260 mil deslocados na Faixa de Gaza.
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