Presidente da Autoridade Palestiniana condena "morte nos dois lados"
O Presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) condenou hoje a morte de civis de ambos os lados no conflito desencadeado no sábado pelo movimento islamita Hamas contra Israel e exigiu o "fim imediato da agressão" ao povo palestiniano.
© Sameh Rahmi/NurPhoto via Getty Images
Mundo Israel/Palestina
Estas palavras de Mahmud Abbas são as primeiras feitas publicamente desde o ataque do Hamas a Israel, que tem em curso uma campanha militar de retaliação que já provocou a morte de mais de 2.600 pessoas nos dois lados.
"O presidente Abbas apelou ao fim imediato da agressão contra o povo palestiniano" e condenou "as práticas relacionadas com a morte ou abuso de civis de ambos os lados", indicou um comunicado, que surgiu na sequência de um encontro, em Amã, com o rei Abdullah II da Jordânia, que antecede uma reunião, marcada para sexta-feira, com o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken.
Segundo a agência noticiosa palestiniana Wafa, que cita a nota informativa, o presidente da ANP transmitiu ao monarca outros dois apelos: a "libertação de civis, prisioneiros e detidos" e o fim do "terrorismo dos colonos" na Cisjordânia ocupada.
Abbas apelou ainda ao "fim imediato da total agressão israelita" e à "prestação de ajuda médica, humanitária e de socorro", bem como ao retomar do abastecimento de água, eletricidade e combustível à população da Faixa de Gaza, que se encontra à beira de uma catástrofe humanitária.
Nesse sentido, o líder palestiniano apelou ainda à "abertura urgente de corredores humanitários na Faixa de Gaza", bloqueada e alvo de constantes bombardeamentos do exército israelita.
Até agora, a abertura de corredores humanitários tem sido rejeitada pelo Hamas, que considera que poderia cair-se numa "fuga permanente" de civis.
Israel, segundo fontes da segurança egípcia consultadas pela EFE, só aprovaria a abertura de um corredor de sentido único.
Perante a escalada do conflito, Abbas apelou à necessidade de uma "ação política para pôr fim à ocupação e alcançar a paz".
O Rei Abdullah II advertiu contra a "adoção de uma política de punição coletiva" em Gaza e afirmou que a Jordânia está a envidar esforços para travar a escalada e "impedir a deslocação" dos habitantes de Gaza.
O número de pessoas deslocadas na Faixa de Gaza ultrapassou os 338.000, aumentando em 75.000 o número de civis que fugiram das suas casas no território palestiniano num só dia, informou hoje o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
O grupo islamita Hamas lançou sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, na operação denominada "Espadas de Ferro".
Israel declarou guerra total e prometeu castigar o Hamas como nunca antes, tendo o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, declarado estar "em guerra" com o grupo palestiniano.
O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como "grupo terrorista" pela União Europeia (UE), Estados Unidos e Israel.
Os dados oficiais de vítimas mortais do conflito desencadeado sábado pelo grupo islamita apontam para 1.300 mortes em Israel e 1.354 na Faixa de Gaza, indicaram hoje fontes oficiais das duas partes.
Além dos 1.300 mortos em Israel, e segundo os últimos dados do Ministério da Saúde israelita, foram hospitalizadas 3.268 pessoas, das quais 28 em estado crítico, 348 em estado grave e 581 em estado moderado,
Do lado de Gaza, adianta o Ministério da Saúde palestiniano, além da morte de 1.354 pessoas, muitas delas civis, somam-se 6.049 feridos em diferentes estados, bem como 31 mortos na Cisjordânia, onde também foram contados cerca de 180 feridos.
Segundo o porta-voz do exército de Israel, Richard Hecht, além do número de mortos de ambos os lados, cerca de 1.000 milicianos do Hamas foram abatidos durante confrontos com as forças de segurança em território israelita, onde continuam os combates esporádicos, tendo cinco milicianos sido mortos na quarta-feira.
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