Irão diz que "nova frente" contra Israel dependerá de situação em Gaza
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, cujo país apoia o movimento islamita palestiniano Hamas, alertou hoje que a abertura de uma "nova frente" contra Israel no Médio Oriente está condicionada às ações do Estado judeu na Faixa de Gaza.
© Reuters
Mundo Israel/Palestina
Teerão está no centro das atenções pelo seu apoio sem reservas ao Hamas e, embora apoie há muito o movimento islamita, os líderes iranianos afirmam não estar envolvidos no ataque surpresa que lançou no sábado contra Israel, inimigo da República Islâmica.
No entanto, os Estados Unidos temem a abertura de uma segunda frente no norte de Israel, na fronteira com o Líbano, caso o Hezbollah, aliado do Hamas e apoiado pelo Irão, decida intervir massivamente.
"As autoridades de certos países perguntam-nos sobre a possibilidade de abrir uma nova frente [contra Israel] na região. A nossa resposta clara relativamente a estas possibilidades é que tudo depende das ações do regime sionista em Gaza", destacou Hossein Amir-Abdollahian, chefe da diplomacia iraniana, após um encontro em Bagdade com Mohamed Chia al-Soudani, o primeiro-ministro do Iraque, país vizinho e aliado do Irão.
"Mesmo agora, os crimes de Israel continuam e ninguém na região nos pede permissão para abrir novas frentes", frisou o ministro, citado num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.
Abdolahian tinha acusado antes Israel de tentar um genocídio em Gaza com o corte do fornecimento de eletricidade e água, além de negar a entrada de alimentos e medicamentos.
"Com a continuação dos crimes de guerra de [Benjamin] Netanyahu (primeiro-ministro israelita) e dos sionistas contra os civis em Gaza, com o cerco, o corte de eletricidade e de água e com a negação da entrada de medicamentos e água, foram criadas as condições para que os sionistas tentem um genocídio de todo o povo de Gaza", denunciou Abdolahian.
Cauteloso em relação ao Irão desde sábado, o Ocidente tem exortado Teerão contra uma expansão do conflito.
Depois do Iraque, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano deve deslocar-se ao Líbano, onde o Hezbollah pró-iraniano tem-se contentado, de momento, com uma intervenção limitada no conflito desencadeado pelo seu aliado, o Hamas, contra Israel.
O Presidente iraniano Ebrahim Raissi apelou aos "países muçulmanos e árabes" para "se coordenarem" para "acabar com os crimes" de Israel.
Raissi conversou na quarta-feira à noite com o príncipe saudita Mohammed bin Salman e com o Presidente sírio Bashar al-Assad.
O grupo islamita Hamas lançou sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, na operação denominada "Espadas de Ferro".
Israel declarou guerra total e prometeu castigar o Hamas como nunca antes, tendo o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, declarado estar "em guerra" com o grupo palestiniano.
O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como "grupo terrorista" pela União Europeia (UE), Estados Unidos e Israel.
Os dados oficiais de vítimas mortais do conflito desencadeado sábado pelo grupo islamita apontam para 1.300 mortes em Israel e 1.354 na Faixa de Gaza, indicaram hoje fontes oficiais das duas partes.
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