Morgue do maior hospital da Faixa de Gaza está a transbordar de cadáveres
A morgue do maior hospital de Gaza transbordou na quinta-feira de cadáveres, com os corpos a chegarem mais depressa do que as reclamações feitas pelos familiares, no sexto dia dos bombardeamentos israelitas no território com 2,3 milhões de pessoas.
© Mohammed Talatene/picture alliance via Getty Images
Mundo Israel/Palestina
Com uma quantidade elevada de palestinianos mortos todos os dias pela resposta israelita ao inédito ataque do Hamas, os médicos no enclave cercado disseram que ficaram sem lugares para colocar os cadáveres resultantes dos bombardeamentos mais recentes ou recuperados das ruínas dos escombros dos edifícios destruídos.
A morgue apenas pode processar 30 cadáveres de cada vez, e os seus trabalhadores têm de colocar o triplo desta quantidade fora dos frigoríficos e dezenas de outros, lado a lado, no parque de estacionamento. Alguns são mesmo colocados em tendas e outros ficam simplesmente no chão, de cimento, ao sol.
Cerca de uma semana depois de o Hamas ter feito um ataque inédito em território israelita, atravessando uma fronteira fortemente construída e matado cerca de 1.200 israelitas, os militares israelitas estão a preparar uma eventual invasão terrestre, algo inédito desde há cerca de uma década.
Uma ofensiva terrestre iria elevar ainda mais o número de mortes palestinianas, que já ultrapassou os das últimas quatro guerras entre Israel e Hamas.
A situação foi resumida pelo porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Qidra, da seguinte forma: "Estamos em uma situação crítica. As ambulâncias não conseguem chegar aos feridos. Os feridos não conseguem chegar aos cuidados intensivos. Não se conseguem transportar os mortos para a morgue".
Os ataques israelitas na Faixa de Gaza arrasaram quarteirões inteiros e mataram cerca de 1.400 pessoas, 60% das quais mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Mais de 340 mil pessoas (15% da população) já perderam as respetivas casas.
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