Pela terceira vez consecutiva, a disputa pela Presidência equatoriana será entre forças da direita e da esquerda, num país assolado pela corrupção, por uma grande criminalidade e pelo narcotráfico.
Na primeira volta, Luisa González, de 45 anos e membro do partido Revolução Cidadã, liderado pelo ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), ficou em primeiro lugar com 33% dos votos.
O mais jovem candidato a participar nestas eleições, o conservador Daniel Noboa (Ação Democrática Nacional/ADN), de 35 anos e filho de um bilionário, surpreendeu ao conquistar o segundo lugar (24%) no sufrágio.
O Presidente Guillermo Lasso (partido CREO) decidiu em maio convocar eleições para 20 de agosto, antecipando o fim do seu mandato, que terminaria em 2025.
O vencedor da votação governará até 2025, para completar o mandato de Lasso, que optou por convocar eleições antecipadas através da cláusula constitucional intitulada "morte cruzada", para evitar a sua destituição pela Assembleia Nacional por acusações de corrupção.
Nos últimos meses, vários políticos e candidatos a cargos governamentais foram mortos no país.
No Equador, país com 17 milhões de habitantes, estas eleições ficarão na história como aquelas que introduziram os coletes à prova de bala como indispensável nas atividades públicas dos dois candidatos à Presidência, após o assassínio do candidato presidencial Fernando Villavicencio, antes da primeira volta eleitoral, em agosto.
Luisa González e Daniel Noboa também estão a utilizar grandes equipas de guarda-costas como recurso de segurança.
Pelo menos nove pessoas ficaram feridas no atentado que matou Villavicencio, no qual morreu também um suspeito do ataque - um colombiano - após um tiroteio com seguranças, de acordo com as informações fornecidas pelas autoridades equatorianas. O Presidente Lasso decretou estado de emergência no país.
Posteriormente, várias pessoas foram detidas acusadas de envolvimento no assassínio de Villavicencio.
No início de outubro, seis colombianos e um outro homem, detidos por também alegadamente estarem envolvidos no assassínio de Villavicencio, foram encontrados mortos na prisão, o que levou as autoridades equatorianas a transferirem da prisão, em sigilo, outros seis supostos envolvidos no crime.
Estas mortes ocorreram dias depois de o Governo dos Estados Unidos oferecer uma recompensa de cinco milhões de dólares [4,7 milhões de euros] a quem fornecesse informações sobre o mandante do crime contra Villavicencio.
Um grupo da Organização dos Estados Americanos (OEA) vai acompanhar as eleições e será chefiado pela ex-vice-presidente do Panamá Isabel de Saint Malo, sendo integrado por 81 observadores de 19 países.
Leia Também: Mais um suspeito de assassinar candidato presidencial do Equador morto