Parlamento Árabe e talibãs condenam "genocídio" na Faixa de Gaza

O Parlamento Árabe exigiu hoje à comunidade internacional, a quem acusou de manter um "silêncio vergonhoso", que intervenha "imediatamente para acabar com a guerra de genocídio" que está a ser levada a cabo por Israel na Faixa de Gaza.

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© IBRAHEEM ABU MUSTAFA/REUTERS

Lusa
14/10/2023 14:46 ‧ 14/10/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

Trata-se da reação mais dura da Liga Árabe contra a "brutal campanha de bombardeamentos israelitas" contra o enclave palestiniano, salientou o presidente do Parlamento da organização pan-árabe, Adel bin Abdulrahman al-Asumi, que insistiu nas críticas ao "genocídio" perpetrado "pelas autoridades da ocupação contra o povo palestiniano".

Al-Asumi denunciou a campanha de "bombardeamentos bárbaros contra bairros e cidades", bem como o "ataque deliberado a civis" na Faixa de Gaza, onde residem mais de 2,2 milhões de pessoas.

O líder árabe pediu o levantamento "do cerco injusto à Faixa de Gaza e a permissão da entrada de suprimentos médicos e alimentos" ao enclave, fortemente bombardeado na última semana por Israel, que cortou o fornecimento de eletricidade, água, alimentos e combustível para toda a Faixa de Gaza. 

As críticas à atuação de Israel estendem-se também ao governo interino dos talibãs, que condenou hoje os "crimes de guerra" cometidos contra os habitantes da Faixa de Gaza e apelou aos restantes países do mundo islâmico para que apoiem a Palestina.

"Os esforços para deslocar à força mais de 1,2 milhões de palestinianos do norte da Faixa de Gaza e a planeada anexação dos territórios palestinianos equivalem a crimes de guerra, e as posições ineficazes assumidas pelos organismos mundiais mostram um fracasso sem precedentes da atual ordem internacional", lê-se num comunicado das autoridades de Cabul.

Os fundamentalistas, que assumiram o controlo do Afeganistão em agosto de 2021, declararam apoio "ao povo oprimido" da Palestina, apelando aos países de todo o mundo, sobretudo aos países islâmicos, para "acabarem com as ações brutais de Israel".

A mensagem dos talibãs chega depois do prazo de 24 horas dado por Israel aos 1,1 milhões de habitantes do norte da Faixa de Gaza para evacuarem a zona, na sequência do ataque surpresa do Hamas em 07 de outubro que deixou mais de 1.300 mortos em solo israelita, antecipando uma intensificação de ataques ao enclave palestiniano.

Vários países e organizações internacionais descreveram o bloqueio e o ultimato de Israel aos habitantes do enclave palestiniano, onde os bombardeamentos israelitas mataram mais de 2.000 pessoas, como um "crime de guerra".

Entretanto, o Comité Executivo da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) convocou para a próxima quarta-feira uma reunião extraordinária a nível ministerial para analisar a escalada militar em Gaza, reportou hoje a agência noticiosa palestiniana Wafa.

A OCI, a maior organização de países muçulmanos do mundo, condenou no domingo passado a "agressão militar israelita" na Faixa de Gaza em retaliação à ofensiva terrestre do Hamas em território israelita no dia anterior.

"A agressão militar israelita causou centenas de mártires e feridos ao povo palestiniano", denunciou então a OCI numa declaração oficial, recordando "a ocupação israelita e o seu incumprimento das resoluções internacionais".

Em Amã, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, anunciou hoje que o rei jordano, Abdullah II, vai viajar em breve a vários países europeus, designadamente Alemanha, França e Reino Unido, para "mobilizar uma posição internacional" com o objetivo de travar "a guerra contra Gaza" e garantir a segurança da população do enclave palestiniano, que está "à beira do abismo" face do bloqueio de Israel e da feroz campanha de bombardeamentos.

"Sua Majestade iniciará em breve uma viagem europeia cujo principal objetivo é mobilizar uma posição internacional que levará a parar esta guerra contra Gaza", disse Safadi, em declarações à imprensa.

O grupo islamita Hamas lançou a 07 deste mês um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.

Leia Também: Hamas diz que mais nove reféns foram mortos em ataques israelitas

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