"A história da diplomacia universal consignará como marco a insensata grosseria do embaixador de Israel na Colômbia para com @petrogustavo Presidente da República. Vergonha. O mínimo é pedir desculpa e ir-se. A inteligência enfrenta-se com inteligência. Há Estados em jogo", afirmou o chefe da diplomacia de Bogotá, Álvaro Leyva, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).
Petro, que tem mantido um aceso debate nas redes sociais com a comunidade judaica mundial, ameaçou no domingo suspender as relações diplomáticas com Israel em resposta à decisão do Estado judaico de interromper as exportações de produtos relacionados com a segurança para a Colômbia devido às "declarações hostis e antissemitas" do Presidente.
"Se for necessário suspender as relações externas com Israel, vamos suspendê-las. Não se insulta o Presidente da Colômbia", indicou Petro na rede social X.
Previamente, o Governo de Israel indicou ter convocado a embaixadora da Colômbia no país, Margarita Manjarrez, para expressar a sua rejeição pelas declarações de Petro na rede social X, nas quais, segundo Telavive, demonstra um claro apoio à causa palestiniana e não condena de forma explícita a morte e o sequestro de centenas de civis israelitas pelo grupo islamita Hamas.
"Em resposta, como primeira medida, Israel decidiu interromper as exportações de segurança para a Colômbia", indicou Lior Haiat, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel.
Numa outra mensagem divulgada, o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) colombiano referiu-se às tensas relações entre Petro e o Governo de Israel, ao assinalar que "ao Presidente da Colômbia respeita-se" e a apresentá-lo como um "promotor de uma Doutrina de Paz Total para o seu país e o mundo", que "procura uma solução definitiva em Israel e Palestina baseada numa visão histórica".
"Não se destrói com insolências e sujidade intelectual. Estão equivocados", argumentou ainda Álvaro Leyva.
A inédita crise diplomática com Israel, um país que é um importante exportador de armamento e sistemas de segurança para a Colômbia, surpreendeu diversos setores da sociedade, que pediram ao Presidente prudência na condução das relações externas, segundo referiu a agência noticiosa espanhola EFE.
"As relações internacionais devem ser conduzidas com serenidade e respeito pelos canais que a diplomacia construiu através dos tempos. Não pode ser fruto de um momento de efervescência. O que está em jogo são os interesses do país", escreveu a Defensoría del Pueblo na sua conta na rede social X.
Este organismo é um órgão constitucional e autónomo, criado em 1991 e vinculado ao Ministério Público, que está mandatado, entre outras funções, para "zelar pela promoção, exercício e divulgação dos direitos humanos".
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