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Conacri. Pelo menos 12 jornalistas detidos em manifestação contra censura

As forças de segurança da Guiné-Conacri detiveram hoje pelos menos 12 jornalistas, em Conacri, e utilizaram gás lacrimogéneo para dispersar a sua manifestação destinada a desbloquear um popular portal de notícias, segundo os organizadores e a imprensa.

Conacri. Pelo menos 12 jornalistas detidos em manifestação contra censura
Notícias ao Minuto

20:34 - 16/10/23 por Lusa

Mundo Conacri

Os jornalistas foram libertados ao fim da tarde, aguardando uma audiência em tribunal na próxima semana, numa data não especificada, disse o seu advogado Salifou Béavogui.

O Sindicato dos Profissionais de Imprensa da Guiné (SPPG, na sigla em francês) convocou uma marcha no centro da capital para exigir o levantamento das restrições impostas ao portal Guinée Matin.

O portal de notícias está inacessível diretamente na Guiné-Conacri desde meados de agosto sem uma VPN (rede privada virtual).

A organização não-governamental Repórteres sem Fronteiras criou um portal espelho para que possa ser consultado.

A junta militar, no poder desde setembro de 2021, não deu qualquer explicação para o bloqueio.

"Pretendíamos reunir-nos na rotunda do porto. A força mista polícia/guarda lançou-nos gás", disse Abdouramane Diallo, quadro do SPPG, a um correspondente da AFP, acrescentando que um jornalista ficou ligeiramente ferido.

Imagens divulgadas na Internet mostram os jornalistas a afastarem-se das nuvens de gás enquanto soavam as detonações e passavam os veículos da guarda.

Pelo menos 12 jornalistas foram detidos, incluindo o secretário-geral do SPPG, informaram as organizações profissionais.

Os detidos foram levados a tribunal sob a acusação de participarem numa concentração ilegal.

A junta militar proibiu as manifestações em 2022.

Quatro associações de imprensa fizeram uma declaração conjunta na qual "condenam a violência gratuita contra jornalistas" e "exigem a sua libertação imediata e incondicional".

"As associações de imprensa apelam à opinião pública nacional e internacional para que testemunhe o grave retrocesso da liberdade de expressão e da democracia", acrescentaram.

Leia Também: Quase metade dos jornalistas com níveis elevados de esgotamento

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