O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou esta quinta-feira o Comité Olímpico Internacional (COI) de "discriminação étnica" contra os atletas russos, numa altura em que está ainda por saber-se se estes poderão ou não participar nos Jogos Olímpicos de Paris'2024 sob bandeira neutra.
"Graças a alguns líderes do COI, aprendemos que os próprios Jogos podem ser usados como um instrumento de pressão política contra pessoas que nada têm a ver com política e, de facto, como um instrumento de discriminação étnico-racial", disse Putin, num discurso em Perm, na região russa dos Montes Urais, citado pelo jornal Le Soir.
Recorde-se que, na sequência da invasão russa em grande escala da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, os atletas russos foram banidos de todas as competições internacionais.
Pouco mais de um ano depois, em março de 2023, o COI acabou por recomendar a reintegração destes atletas em competições internacionais, fora dos Jogos Olímpicos. Isso sim, sob bandeira neutra, individualmente, e sempre e quando não tenham "apoiado ativamente a guerra na Ucrânia".
Resta saber, no entanto, qual será a decisão do COI relativamente aos Jogos Olímpicos de 2024. Ao mesmo tempo, Kyiv ameaça boicotar o evento, caso os atletas russos e bielorrussos sejam autorizados a participar.
Certo é que, na semana passada, o COI suspendeu o Comité Olímpico Russo, após terem sido integradas, unilateralmente, associações desportivas de territórios ucranianos ocupados, como Zaporíjia, Donetsk, Lugansk e Kherson. Trata-se de "uma violação da Carta Olímpica, porque desrespeita a integridade territorial do comité nacional da Ucrânia", diz o COI.
A Rússia iniciou, em fevereiro de 2022, uma invasão em grande escala da Ucrânia, espoletando um conflito armado que resultou na morte de mais de 7.550 civis, segundo as Nações Unidas.
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