Ministros italianos minimizam alarme terrorista após suspensão de Schengen
O governo italiano afirmou hoje que a decisão de suspender o Acordo Schengen e de reintroduzir temporariamente controlos fronteiriços com a Eslovénia não irá anular a ameaça de um ataque terrorista no país.
© Reuters
Mundo Acordo Schengen
"Só fechámos Schengen na fronteira com a Eslovénia para prevenir os terroristas que chegam pela rota dos Balcãs de atacarem o nosso país ou a Europa", disse o vice-primeiro-ministro e ministro italiano das Relações Externas, Antonio Tajani.
"Não há indícios que haja risco de ataques, mas não podemos baixar a guarda", alertou Tajani. "Pelo contrário, estamos a aumentá-la precisamente pela necessidade de prevenção e para proteger localidades, em particular as frequentadas por cidadãos judeus", acrescentou.
A primeira-ministra Giorgia Meloni disse na quarta-feira que o "agravamento da situação no Médio Oriente e o aumento dos fluxos migratórios ao longo da rota dos Balcãs" tornaram necessária a suspensão do Acordo Schengen.
O imigrante ilegal tunisino que matou dois suecos em Bruxelas esta semana terá entrado na UE através da ilha italiana de Lampedusa e permanecido em Itália.
O Ministro do Interior, Matteo Piantedosi, sublinhou que a decisão italiana de suspender o Acordo Schengen e introduzir controlos na sua fronteira com a Eslovénia foi "temporária" e "proporcional".
Durante o Conselho dos Assuntos Internos, o ministro afirmou ter falado com os seus homólogos esloveno e croata e que provavelmente se iriam reunir a 02 de novembro em Trieste para discutir a implementação.
"Apresentei a posição do governo italiano (na reunião do conselho), que é a de tranquilizar os seus cidadãos de que não há sinais concretos de um alarme iminente", afirmou Piantedosi.
"No entanto, a situação (no Médio Oriente) e a forma como estes episódios (de ataques terroristas) ocorreram na Bélgica e em França, levam-nos a manter um nível elevado de atenção e é isso que estamos a fazer".
Apesar de a reintrodução de controlos fronteiriços no espaço Schengen só ser permitida em circunstâncias excecionais -- como foi, por exemplo, durante a pandemia de Covid-19 - e ter de ser notificada a Bruxelas antes de ser adotada, vários países têm anunciado medidas semelhantes.
Há uma semana, a Polónia, a República Checa e a Áustria decidiram manter, até pelo menos dia 02 de novembro, controlos fronteiriços com a Eslováquia, a fim de combater a migração irregular.
Os três países tinham introduzido a medida em 04 de outubro, inicialmente por 10 dias, mas decidiram prorrogá-la.
A Eslováquia foi alvo recentemente de um aumento no número de migrantes, em grande parte provenientes da Sérvia, através da Hungria, e com destino a países mais ricos da Europa Ocidental.
Entre janeiro e agosto deste ano, 24.500 pessoas entraram ilegalmente no país, ou seja, mais do dobro das 10.900 pessoas registadas durante todo o ano passado.
Em reação às medidas dos seus vizinhos, Bratislava também decidiu adotar controlos na fronteira com a Hungria a partir de 05 de outubro, que prolongou até 03 de novembro.
A Alemanha, para onde se dirigem muitos migrantes, também reforçou, no final de setembro, os controlos na sua fronteira oriental, com a República Checa e a Polónia.
Todos estes países são membros da União Europeia e do espaço Schengen, onde estão oficialmente abolidos os passaportes e os controlos fronteiriços.
Leia Também: Médio Oriente? "Suspensão do Tratado de Schengen tornou-se necessária"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com