Omã reconhece o grupo islamita Hamas como um movimento de resistência
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã, Sayyid Badr bin Hamad Albusaidi, considerou hoje o grupo islamita Hamas como um "movimento de resistência" da Palestina e não como uma organização terrorista.
© HAITHAM AL-SHUKAIRI/AFP via Getty Images
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Bin Hamad Albusaidi defendeu ainda uma solução de dois Estados - Israel e Palestina - para acabar com uma situação de conflito que começou há 70 anos e "não em 07 de outubro", quando o Hamas atacou Israel, matou mais de 1.400 pessoas e sequestrou mais de 200.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã fez estas declarações durante um encontro com meios de comunicação europeus, incluindo a agência de notícias EFE.
"A violência nunca gerou uma solução", referiu o dirigente de Omã, acrescentando que o seu país continua "a pedir uma solução política".
Para Bin Hamad Albusaidi, "o extremismo produz violência e a violência produz mais extremismo".
"O Hamas é um movimento de resistência contra a ocupação israelita" e os palestinianos estão "sitiados" há anos, o que tem causado violência, sublinhou Bin Hamad Albusaidi.
"Não acreditamos e não apoiamos uma solução militar", disse, acrescentando que apoiam "qualquer esforço para encontrar uma solução" para a crise atual.
"Omã reconhecerá Israel como Estado quando a Palestina for reconhecida como Estado. Omã é um país pacífico que acredita no conceito de negociações pacíficas para resolver problemas", afirmou o chefe da diplomacia de Omã, reforçando que apoia "uma solução negociada baseada no conceito de dois Estados".
"A guerra deve ser interrompida agora porque existe uma situação catastrófica", disse Bin Hamad Albusaidi, porque o fim do conflito é do interesse de toda a região e porque uma "situação complicada" pode tornar-se ainda "mais complicada".
Sobre o bombardeamento de um hospital em Gaza, o ministro considerou Israel culpado do ataque e manterá esta posição enquanto não houver provas indicando o contrário.
O ataque ao hospital Al-Ahli em 17 de outubro, na Faixa de Gaza, provocou 500 mortos. Embora o Hamas tenha culpado Israel pelo ataque aéreo, Israel atribuiu-o a um míssil do grupo palestiniano 'Jihad' Islâmica.
Para se encontrar uma solução, o ministro de Omã deu o exemplo do conflito na Irlanda do Norte, quando o Sinn Fein -- braço político do agora inativo Exército Republicano Irlandês (IRA) -- se sentou à mesa de negociações que levou à assinatura do Acordo de Sexta-Feira Santa de 1998.
Perante uma eventual solução política no Médio Oriente, o ministro de Omã pediu que seja envolvido "todo o mundo", incluindo o Hamas, em qualquer processo de negociação.
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