Exército do Sudão aceita negociações, mas rejeita cessar-fogo
O Exército do Sudão confirmou hoje que aceita recomeçar as negociações com as Forças de Intervenção Rápida (RSF, na sigla em inglês) na Arábia Saudita, mediadas por Washington e Riade, descartando, contudo, um cessar-fogo durante as conversações.
© AFP via Getty Images
Mundo Sudão
"Em resposta ao convite de cortesia enviado pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos, para retomar o processo de negociações com os rebeldes das RSF, e a partir da crença das Forças Armadas de que as negociações são uma das vias para por fim ao conflito, aceitámos o convite para viajar até Jedá para completar o previamente acordado", anunciam as Forças Armadas no Facebook, citado pela agência espanhola de notícias, a Efe.
Isto implica, acrescenta-se no texto, "a total aplicação" da Declaração de Jedah, para "permitir operações humanitárias e o regresso da população a uma vida normal nas cidades que os rebeldes saquearam, incendiaram e atacaram de forma indiscriminada e onde violaram civis".
Na nota colocada no Facebook, o Exército vinca ainda: "Esperamos que os rebeldes cumpram, desta vez, o que foi acordado previamente".
As Forças Armadas anunciaram ainda que "o recomeço das negociações não implica uma paragem na batalha nacional pela dignidade", já que "derrotar e esmagar esta milícia rebelde é o objetivo do povo sudanês e as Forças Armadas estão comprometidas com este objetivo para colocar o país no caminho correto".
Os militares abandonaram no passado dia 27 as conversações de paz, denunciando que as RSF estavam colocadas em lugares civis e espaços públicos, dos quais se negavam a sair, numa violação da chamada Declaração para a Proteção dos Civis, assinada a 11 de maio por ambos os lados.
Atualmente, o Sudão tem mais de 7,1 milhões de pessoas deslocadas no país, 4,5 milhões das quais desde que eclodiu esta nova onda de conflitos, a 15 de abril, que opõe o exército liderado pelo presidente do Conselho Soberano de Transição, Abdel Fattah al-Burhane, às RSF, comandadas pelo antigo número dois do chefe das Forças Armadas, Mohamed Hamdan Dagalo.
Os confrontos deram-se após meses de tensão entre Abdel Fattah al-Burhane e Mohamed Hamdan Dagalo, depois de terem conduzido um golpe militar que derrubou um Governo civil de transição apoiado pelo ocidente.
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