"A guerra na Faixa de Gaza será longa e difícil e estamos prontos para ela", declarou numa conferência de imprensa em Telavive, em que anunciou que o seu Governo aprovou uma extensão da "invasão terrestre" da Faixa de Gaza.
"Aprovamos por unanimidade a ampliação da invasão terrestre", disse Benjamin Netanyahu, quando na realidade essa invasão já começou na noite de sexta-feira e se intensificou ao longo do dia de hoje.
"O nosso objetivo é concreto: derrotar um inimigo assassino. Declaramos 'nunca mais' e reiteramos 'nunca mais'", disse Netanyahu.
Uma "segunda fase" começou agora com a entrada de mais forças terrestres em Gaza a partir de sexta-feira à noite, referiu, e o objetivo é a "destruição da capacidade militar e de governação do Hamas e o regresso dos reféns às suas casas".
Netanyahu negou que os militares israelitas estejam a cometer crimes de guerra.
"Aqueles que acusam as forças de defesa de Israel de crimes de guerra são hipócritas. Apelo aos civis de Gaza para que se retirem para o sul da Faixa de Gaza (...). O inimigo usa cinicamente hospitais e abrigos (...). Israel está a travar uma batalha pela humanidade e contra os bárbaros", declarou.
Ainda sobre o desenvolvimento da ofensiva, Netanyahu lembrou que na primeira fase foram lançados "ataques aéreos" que desferiram "um duro golpe no inimigo".
No entanto, "estamos apenas no início. A batalha dentro da Faixa de Gaza vai ser difícil e longa. Esta é a nossa segunda guerra de independência. Esta é a missão da minha vida", reafirmou.
Quanto aos reféns, Netanyahu reuniu-se hoje com as famílias dos 229 retidos pelo grupo Hamas em Gaza e disse-lhes que Israel "esgotará todas as possibilidades" para conseguir o seu regresso.
"A chave é o nível de pressão", disse o primeiro-ministro, que sublinhou que "quanto maior a pressão, maiores as hipóteses" de os reféns serem libertados.
As famílias dos reféns fizeram um apelo urgente para se encontrarem com Netanyahu e também com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, perante receios crescentes pela segurança destes devido ao aumento da operação terrestre de Israel na Faixa de Gaza.
Por sua vez, o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Herzi Halevi, numa mensagem publicada na rede social X, disse que "trazer os reféns para casa é um esforço nacional supremo" e que "tudo o que for possível" será feito para o levar a cabo com sucesso.
Halevi também reconheceu que a operação em curso "vai ser complexa e apresenta riscos, porque a vitória tem um preço".
"Para destruir o inimigo, não há outra solução senão entrar no seu território com força", sublinhou.
Os soldados israelitas estão hoje a prosseguir as suas operações terrestres no território da Faixa de Gaza, depois de várias incursões na sexta-feira, confirmou o exército de Israel.
Um total de 7.703 pessoas morreram e 18.967 ficaram feridas pelos bombardeamentos em Gaza desde 07 de outubro, quando uma incursão surpresa do Hamas em solo israelita custou a vida de 1.400 pessoas, sobretudo civis. Outras 229 foram sequestradas e permanecem nas mãos do grupo islamita.
[Notícia atualizada às 20h06]
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