Israel volta a ordenar a palestinianos que fujam para o sul de Gaza

O exército de Israel voltou a ordenar aos palestinianos que se desloquem para o sul da Faixa de Gaza, prometendo que a ajuda humanitária vinda do Egito será hoje reforçada nessa zona.

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Lusa
29/10/2023 06:16 ‧ 29/10/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"Civis do norte de Gaza e da Cidade de Gaza devem deslocar-se temporariamente para o sul de Wadi Gaza, para uma área mais segura onde possam receber água, alimentos e medicamentos", disseram as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês).

As IDF prometeram na rede social X (antigo Twitter) que "os esforços humanitários em Gaza, liderados pelo Egito e pelos Estados Unidos, serão reforçados" nessa zona, através do posto fronteiriço de Rafah, entre Gaza e o Egito.

Em 09 de outubro, Israel impôs um "cerco total" a Gaza, cortando o fornecimento de água, eletricidade e alimentos. O território já estava sujeito a um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo israelita desde a chegada ao poder do movimento islamita Hamas em 2007.

Em 15 de outubro, o exército israelita já tinha ordenado à população que se deslocasse para o sul do enclave palestiniano, em preparação para uma ofensiva terrestre contra o Hamas.

Na sexta-feira, a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou, com 120 votos a favor, uma resolução que apela a uma "trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada" em Gaza e à rescisão da ordem de Israel para deslocação da população para o sul do enclave.

No total, 84 camiões de ajuda humanitária conseguiram chegar a Gaza através do Egito desde 21 de Outubro, de acordo com as Nações Unidas, que estima que sejam necessários 100 por dia para as 2,4 milhões de pessoas que vivem no território.

Milhares de palestinianos regressaram ao norte de Gaza, lamentou a ONU, devido à falta de abrigo e ajuda no sul, onde várias centenas de milhares de civis se concentram perto da fronteira com o Egito, que permanece fechada.

O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla inglesa) reconhecer hoje ter poucos dados sobre a situação no enclave, devido ao corte dos serviços de comunicações, telemóvel e internet desde sexta-feira.

"A pouca informação disponível indica que nas últimas 24 horas [Gaza] sofreu os mais intensos bombardeamentos aéreos e de artilharia desde o início das hostilidades", indicou a OCHA, que mencionou confrontos entre grupos armados palestinianos e equipas de infantaria israelita, apoiadas por veículos blindados.

Num comunicado, o gabinete da ONU sublinhou ainda que o corte das telecomunicações, devido os intensos bombardeamentos israelitas, interrompeu também o "já difícil trabalho" de distribuição de ajuda humanitária.

O acesso à Internet está a ser restabelecido em Gaza, disse hoje a plataforma Netblocks, que monitoriza a conectividade dos utilizadores e a censura na Internet, e a empresa palestiniana de telecomunicações Paltel, a única operadora que presta serviço no enclave.

Após o ataque de 07 de outubro do Hamas ao sul de Israel, que fez mais de 1.400 mortos, cerca de 5.000 feridos e 229 reféns, os intensos bombardeamentos da retaliação israelita sobre Gaza fizeram, desde então, pelo menos 7.703 mortos e cerca de 19.000 feridos no enclave palestiniano.

Leia Também: "Falsas alegações". Netanyahu nega ter sido avisado de ataques do Hamas

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