Líderes do Médio Oriente devem considerar "solução de dois Estados"

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apelou hoje aos líderes israelitas e árabes que pensem seriamente sobre a eventual realidade pós-guerra e que considerem uma solução de dois Estados para pôr fim ao conflito israelo-palestiniano.

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© Drew Angerer/Getty Images

Lusa
29/10/2023 16:25 ‧ 29/10/2023 por Lusa

Mundo

Joe Biden

"Não há como voltar ao estado em que se estava em 06 de outubro", disse Biden, em declarações aos jornalistas, referindo-se ao dia anterior ao grupo islamita palestiniano Hamas, considerado terrorista por Washington e pela União Europeia, atacar Israel e desencadear a recente guerra.

Essa mensagem do Presidente dos Estados Unidos foi também transmitida, diretamente, pelo próprio ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante um telefonema entre ambos na semana passada.

"Isso também significa que, quando esta crise acabar, deve haver uma visão do que vem a seguir e, na nossa opinião, deve ser uma solução de dois Estados", afirmou Biden, considerando que um acordo nesse sentido para resolver o conflito israelo-palestiniano deveria ser uma prioridade.

Sobre a solução de dois Estados, Benjamin Netanyahu disse que poderia ser uma nova etapa "longa e difícil".

A solução de dois Estados -- em que Israel coexistisse com um Estado palestiniano independente -- tem sido tentada por presidentes dos Estados Unidos e diplomatas do Médio Oriente há décadas. A questão foi colocada em segundo plano desde que o último esforço de negociações de paz liderado pelos Estados Unidos fracassou em 2014 devido a divergências sobre a libertação de prisioneiros palestinianos e outras questões.

A criação de um Estado palestiniano é algo que Biden raramente abordou no início da sua presidência. Durante a sua visita à Cisjordânia, em 2022, Biden disse que "o terreno não está maduro" para novas tentativas de alcançar uma paz permanente, mas reiterou aos palestinianos o apoio de longa data dos Estados Unidos à criação de um Estado.

Agora, num momento de maior preocupação de que a guerra entre Israel e Hamas possa evoluir para um conflito regional mais amplo, Biden começou a enfatizar que, uma vez cessados os bombardeamentos e tiroteios, o trabalho em prol de um Estado palestiniano não deverá mais ser ignorado.

Até recentemente, Biden tinha colocado muito mais ênfase naquilo que a sua administração via como a ambição alcançável de normalizar as relações entre Israel e os seus vizinhos árabes do que em reiniciar as conversações de paz.

O grupo islamita palestiniano Hamas atacou Israel no dia 07 de outubro, provocando a morte de mais de 1.400 pessoas, principalmente civil, segundo as autoridades. Mais de 200 pessoas foram sequestradas e permanecem nas mãos do grupo islamita desde então.

Após o ataque, Israel respondeu com bombardeamentos e incursões terrestres na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas.

Desde o início da guerra, mais de 8.000 pessoas morreram em Gaza, devido aos bombardeamentos que Israel realizou desde há três semanas, segundo o Ministério da Saúde do grupo islamita palestiniano Hamas.

Leia Também: Cinco palestinianos mortos pelo exército israelita na Cisjordânia

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