"Não sei como vai ser". Mulher israelita deu à luz bebé no meio da guerra
"Tive de lidar com o final da gravidez dentro de um abrigo, mas não sei agora o que vai acontecer com ele. Trazer uma criança para um mundo como este não é certo", disse a mãe de primeira viagem.
© Pixabay
Mundo Israel/Palestina
Uma mulher israelita deu à luz o seu bebé no meio do conflito armado entre Israel e o Hamas e a felicidade por ter o seu primeiro filho foi substituída pelo medo e apreensão pelo seu país se encontrar em guerra, com bombardeamentos constantes, e viver normalmente tornou-se uma incerteza.
O recém-nascido recebeu o nome de Shalom Tohar, que significa 'paz e pureza' em hebraico, conta o G1.
"Tive de lidar com o final da gravidez dentro de um abrigo, mas não sei agora o que vai acontecer com ele. Trazer uma criança para um mundo como este não é certo. Agora vou voltar para casa com ele e não sei como vai ser", revelou a recém-mamã ao fotógrafo documental brasileiro Gabriel Chaim.
O profissional está em Israel a acompanhar de perto os confrontos que se vivem próximos à fronteira com a Faixa de Gaza.
A cidade de Ashkelon abriga o hospital mais próximo da zona de conflito e, por lá, estão apenas os feridos mais graves e uma unidade neonatal - que foi montada dentro de um bunker.
A maioria dos internados são bebés que nasceram prematuros na sequência dos violentos ataques e precisam de cuidados especiais.
Shalom Tohar nasceu na terça-feira passada.
Emocionada, a enfermeira que fez o parto conta ao portal brasileiro a situação que tem enfrentado no seu local de trabalho.
"As mulheres estão aqui sozinhas, porque os maridos estão a lutar na guerra. Apesar de tudo o que tem acontecido lá fora, é aqui que a vida começa. Aqui é lugar de alegria, onde os bebés nascem. Bebé é alegria e essa guerra mexe muito connosco", relata Irma Ozan.
De recordar que a guerra em curso seguiu-se a uma incursão sem precedentes do grupo islamita Hamas em Israel em 7 de outubro, que as autoridades israelitas dizem ter provocado mais de 1.400 mortos.
O Hamas também raptou mais de duas centenas de israelitas e estrangeiros que mantém como reféns na Faixa de Gaza, um território com 2,3 milhões de habitantes que o grupo islamita controla desde 2007.
Israel tem bombardeado incessantemente a Faixa de Gaza desde então, com algumas incursões terrestres no norte do território, numa ofensiva que o Hamas diz ter provocado mais de oito mil mortos.
A comunidade internacional tem apelado para uma trégua que permita prestar ajuda humanitária à população civil de Gaza.
Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas como uma organização terrorista.
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