Turquia, Egito e Jordânia condenam ataque a campo de refugiados em Gaza
A Turquia, o Egito e a Jordânia condenaram hoje o bombardeamento israelita do campo de refugiados de Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza, que fez pelo menos 50 mortos e várias centenas de feridos, segundo fontes oficiais.
© Stringer/Anadolu via Getty Images
Mundo Israel
O Presidente turco, o islamita Recep Tayyip Erdogan, acusou Israel de cometer crimes de guerra e atos de "barbárie" em Gaza, depois de o bombardeamento de hoje ter causado danos no único hospital que atende doentes oncológicos naquele território palestiniano.
"Tornou-se a mais recente vítima da barbárie de Israel. Os doentes com cancro perderam o acesso aos tratamentos. Não se toca nos hospitais em tempo de guerra", sustentou o chefe de Estado turco, após uma reunião do seu Governo.
O Hospital da Amizade Turco-Palestiniana foi construído em 2017 pela Turquia na Faixa de Gaza, enclave palestiniano pobre desde 2007 controlado pelo movimento islamita Hamas, cujo braço armado foi responsável pelo ataque sem precedentes de 07 de outubro a território israelita, que fez mais de 1.400 mortos, mais de 5.400 feridos e mais de 200 reféns.
Os ataques de retaliação de Israel fizeram desde então mais de 8.500 mortos e 21.500 feridos na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
"Israel, com o apoio incondicional dos Estados Unidos e da Europa, está a cometer crimes contra a humanidade", denunciou hoje Erdogan.
"Os habitantes de Gaza, aos quais foi cortada a eletricidade, a água e a comida, estão a ser massacrados. Atores [ocidentais] que se dizem o berço dos direitos humanos apoiam este massacre. Consideramos que Israel deve ser travado de imediato", afirmou Erdogan.
Disse também que o seu país defende que os autores de crimes de guerra em Gaza "prestem contas perante a Justiça".
O dirigente turco garantiu na semana passada que o Hamas -- classificado como grupo terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- não é uma organização terrorista, mas um grupo de "combatentes pela libertação".
Centenas de milhares de pessoas participaram no sábado passado numa manifestação em Istambul de apoio à Palestina.
Também "a República Árabe do Egito condenou nos termos mais enérgicos o desumano ataque israelita a um quarteirão residencial do campo de Jabaliya, que provocou a morte e ferimentos em mais de 400 civis", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio.
Num comunicado, o Egito lamentou estes "ataques indiscriminados contra civis indefesos nos seus locais de refúgio e nas proximidades de centros médicos", considerando que tal agrava a crise e a degradação das condições humanitárias na Faixa de Gaza.
Apelou também a todos os países e parceiros internacionais para que condenem categoricamente e "sem ambiguidades" estes ataques, lhes ponham termo de imediato e para que a comunidade internacional cumpra a sua responsabilidade de fornecer a proteção necessária aos civis palestinianos.
Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia condenou também veementemente a agressão israelita à Faixa de Gaza, "responsabilizando Israel, a potência ocupante, por este perigoso acontecimento".
Num comunicado, o reino haxemita expressou "a enérgica condenação e repúdio deste ato, que contradiz todos os valores humanos e morais e as normas do direito internacional humanitário".
A forte retaliação israelita ao ataque de 07 de outubro tem incluído bombardeamentos diários da Faixa de Gaza e, na sexta-feira passada, Israel ampliou também as suas operações terrestres no norte daquele território palestiniano.
O Ministério da Saúde do movimento islamita palestiniano Hamas anunciou hoje que pelo menos 50 pessoas morreram num bombardeamento israelita a um campo de refugiados no norte da Faixa de Gaza.
Entretanto, fontes hospitalares contactadas pela agência noticiosa espanhola Efe indicaram que o alegado bombardeamento israelita ao campo de refugiados de Jabaliya fez pelo menos 145 mortos.
De acordo com estas fontes, pelo menos 90 cadáveres foram transportados para o Hospital Indonésio da Faixa de Gaza, ao passo que outros 55 foram levados para o centro Camal Adwan, ambos no norte do enclave palestiniano.
O Exército israelita confirmou ter bombardeado hoje o campo de refugiados de Jabaliya, matando um comandante do Hamas, suspeito de ser um dos responsáveis pelo ataque do movimento palestiniano contra Israel em 07 de outubro.
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