FBI alerta para ataques nos EUA e Ocidente inspirados no Hamas

O diretor da polícia federal norte-americana (FBI) alertou esta terça-feira que a ofensiva do movimento islamita Hamas em Israel pode inspirar violência nos EUA e outros países ocidentais, com vários grupos extremistas a instarem ataques nas últimas semanas.

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Lusa
01/11/2023 06:26 ‧ 01/11/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"Avaliamos que as ações do Hamas e dos seus aliados servirão de inspiração como não víamos desde que o ISIS [Estado Islâmico] lançou o seu chamado califado, há anos", frisou Wray.

Numa declaração perante o Comité de Segurança Interna do Senado, Wray fez a sua avaliação detalhada das ameaças potenciais aos EUA desde o ataque de 07 de outubro perpetrado pelo Hamas contra Israel.

A sua referência ao Estado Islâmico é uma lembrança de quando o FBI se esforçou para desmantelar planos de violência desenvolvidos à pressa por pessoas inspiradas pela ascendência do grupo e sublinha as preocupações da polícia federal de que o atual conflito no Médio Oriente pode criar uma dinâmica igualmente perigosa, noticiou a agência Associated Press (AP).

Embora o FBI não esteja atualmente a rastrear uma "ameaça organizada" dentro dos Estados Unidos, as autoridades policiais estão preocupadas com o potencial de ataques por indivíduos ou pequenos grupos, como ocorreu durante a ascensão do Estado Islâmico [EI] na Síria e no Iraque há uma década.

A agência já registou um aumento nos ataques a bases militares fora do país e espera que os ciberataques contra a infraestrutura norte-americana piorem à medida que o conflito se expande, alertou o diretor do FBI.

Também hoje o secretário do Departamento de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, destacou que a sua agência respondeu a um aumento nas ameaças contra as comunidades judaica, muçulmana e árabe-americana nos EUA, desde o ataque de 07 de outubro.

"O ódio dirigido a estudantes, comunidades e instituições judaicas contribui para um aumento preexistente no nível de antissemitismo nos Estados Unidos e em todo o mundo", referiu.

A senadora democrata Maggie Hassan relatou que os líderes judeus no seu Estado de New Hampshire dizem que os fiéis têm medo de ir à sinagoga, e o senador republicano Rick Scott, da Florida, transmitiu receios semelhantes de pessoas do seu Estado.

Wray citou estatísticas preocupantes durante a sua declaração, ao referir que o povo judeu representa 2,4% da população dos EUA, mas é alvo de cerca de 60% dos crimes de ódio de base religiosa.

O FBI abriu uma investigação de crime de ódio na morte de um menino muçulmano de 6 anos que, segundo a polícia, foi morto por facadas pelo seu senhorio, num ataque que também feriu gravemente a sua mãe, explicou Wray.

A polícia e familiares disseram que as vítimas foram escolhidas por causa da sua fé e como resposta à guerra entre Israel e o Hamas.

O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

Leia Também: Comunicações voltam a ser "completamente cortadas" em Gaza

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