Visita de ballet dos EUA à China assinala aproximação entre países
As últimas semanas têm sido marcadas por uma pequena aproximação diplomática entre Washington e Pequim, após questões de direitos humanos em Xinjiang e a invasão russa na Ucrânia terem tornado a relação muito hostil.
© Tiffany Rose/Getty Images for Segerstrom Center for the Arts
Mundo China/EUA
Muitas vezes se diz que a cultura une povos e, pela primeira vez em mais de 10 anos, a Companhia Americana de Ballet (ABT, na sigla em inglês) vai tentar provar isso, embarcando numa digressão pela China numa altura em que ambos os países tentam reparar, aos poucos, a sua deteriorada relação.
O grupo, baseado em Nova Iorque, vai levar 85 bailarinos até à noite de abertura no Grande Teatro de Shangai, onde apresentarão obras contemporâneas, mas também peças de coreografia clássicas.
A viagem começará por Shangai, passando depois por Berlim, onde o ABT vai levar palco a obra de ballet 'Giselle', uma das peças mais aclamadas no ballet moderno.
"O ballet é uma linguagem universal. Partilhamos a mesma emoção e beleza e forma e musicalidade e amor uns pelos outros através desta expressão artística. E que americanos possam partilhar esse amor e essa linguagem universal com o povo chinês, nesta troca de cultura, é uma experiência muito reconfortante para nós", comentou Susan Jaffe, a diretora artística do ABT, que esteve na China como bailarina em 2000.
O espetáculo ia decorrer em 2021, mas a pandemia da Covid-19 complicou a realização dos concertos.
A digressão de uma das maiores companhias de dança dos Estados Unidos em solo chinês não é um feito menor, já que surge após meses em que os dois países intensificaram a tensão diplomática. Entre as várias situações que têm deixado Washington e Pequim de costas viradas estão as tensões relativamente a Taiwan, as relações chinesas com Vladimir Putin em plena guerra na Ucrânia, as divergências comerciais no mercado global e questões de direitos humanos (nomeadamente devido à opressão da China sobre Xinjiang).
No entanto, ao longo das últimas semanas, as autoridades diplomáticas dos dois países têm procurado reparar, aos poucos, a fragilizada relação, com uns gestos maiores do que outros.
O maior será, sem dúvida, a reunião entre Joe Biden e Xi Jinping, quando os dois líderes se encontrarem durante a cimeira de cooperação económica Ásia-Pacífico, em São Francisco, no final do mês de novembro.
Na cultura, além da visita do teatro nova-iorquino, a Orquestra Filarmónica de Filadélfia vai também visitar o país, numa cerimónia que vai marcar o 50.º aniversário da histórica visita da orquestra à China, quando esta ainda era governada pelo líder comunista Mao Tsé-Tung, em 1973.
Ainda na semana passada, o governador da Califórnia teve uma boa receção em Pequim e, por outro lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês visitou Washington (embora tenha avisado que o caminho para uma reunião entre Xi e Biden será "complicado").
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