Os suspeitos são um antigo vice-ministro da Defesa e um adjunto, que aguardam a investigação em prisão preventiva.
Os dois homens, cujos nomes não foram revelados, "encomendaram no estrangeiro equipamento de proteção individual de qualidade insuficiente", disse o Serviço de Investigação do Estado, citado pela agência francesa AFP.
Os suspeitos pagaram o equipamento antecipadamente e sem respeitarem os procedimentos de controlo de qualidade em vigor, referiu o organismo anticorrupção da Ucrânia.
"Como resultado, as forças armadas ucranianas receberam coletes à prova de bala de má qualidade, que não podiam ser utilizados em combate sem pôr em perigo a vida" dos militares, acrescentou.
A fraude foi calculada em mais de seis milhões de euros.
Os suspeitos podem ser condenados a uma pena máxima de 12 anos de prisão.
Segundo os investigadores, trata-se de um novo episódio de um caso mais global, que ascende a mais de 36 milhões de euros e que envolve contratos de fornecimento de munições de má qualidade ao exército ucraniano.
Desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, o Ministério da Defesa ucraniano tem sido abalado por vários escândalos de corrupção, que levaram mesmo o ministro da Defesa, Oleksei Reznikov, a demitir-se em setembro.
A luta contra a corrupção, um mal endémico no país, é um dos critérios estabelecidos pela União Europeia para examinar a candidatura à adesão da Ucrânia.
Kiev recebeu dezenas de milhares de milhões de euros de ajuda ocidental desde o início da guerra.
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