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Nova noite de protestos em Madrid contra amnistia decorre sem incidentes

Cerca de 1.500 pessoas manifestaram-se hoje em frente da sede nacional do partido socialista espanhol (PSOE) contra a amnistia de independentistas, num protesto pacífico e sem incidentes, ao contrário do que aconteceu nos últimos dias.

Nova noite de protestos em Madrid contra amnistia decorre sem incidentes
Notícias ao Minuto

23:00 - 08/11/23 por Lusa

Mundo Espanha

A manifestação de hoje foi também menor do que nas noites anteriores, depois de 7.000 pessoas se terem concentrado no local na terça-feira e mais de 3.000 na segunda, segundo os números das autoridades.

As concentrações ao início da noite em frente de sedes do PSOE (atualmente no poder em Espanha), em diversas cidades espanholas, estão a ser convocadas diariamente nas redes sociais por grupos de extrema-direita e têm sido apoiadas pelo Vox, a terceira força política no parlamento.

Na segunda e na terça-feira, as manifestações de Madrid, as maiores até agora, terminaram com cargas policiais.

Na segunda-feira foram detidas três pessoas e na terça-feira outras seis.

Na terça-feira, o dia com mais distúrbios, 39 pessoas ficaram feridas, 29 delas polícias, segundo as autoridades espanholas.

Entre gritos e cartazes com palavras de ordem contra o PSOE e o líder do partido, o primeiro-ministro Pedro Sánchez, grupos de manifestantes gritaram também vivas ao ditador Francisco Franco, exibiram bandeiras espanholas do período da ditadura e entoaram cânticos considerados nazis e fascistas.

Segundo a Polícia Nacional de Espanha, infiltraram-se nas manifestações de Madrid de segunda e terça-feira "uma amálgama de grupos de extrema-direita" que provocaram distúrbios.

Hoje, a manifestação decorreu sem incidentes e pessoas que se aproximaram da concentração com a cara tapada foram levadas pela polícia, depois de terem sido confrontadas e repreendidas pelos outros manifestantes no local.

Um grupo com símbolos e palavras de ordem franquistas esteve também hoje na manifestação de Madrid, mas foi afastado do local pela polícia no final da concentração, sem ter havido confrontos ou distúrbios.

Na terça-feira, um grupo de mais de 500 pessoas deslocou-se também para as imediações do parlamento espanhol, tendo cortado a Gran Vía, uma das principais artérias do centro de Madrid. Após alguns minutos perto do parlamento, que a polícia já tinha protegido, o grupo regressou à concentração em frente da sede do PSOE.

O PSOE suspendeu na tarde de terça-feira e de hoje a atividade nas sedes do partido que tem pelo país por causa da possibilidade de concentrações violentas em frente dos edifícios.

Além do PSOE, dirigentes de outros partidos, incluindo o Partido Popular (PP, a maior força atualmente no parlamento espanhol), condenaram hoje as manifestações violentas dos últimos dias em Madrid.

O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, considerou, porém, que a culpa do "mal-estar social" é do PSOE e de Sánchez.

O Vox (extrema-direita), cujo líder, Santiago Abascal, esteve na concentração de Madrid na segunda-feira, disse que o Governo ordenou cargas policiais perante manifestações pacíficas e legais e pediu à polícia para "não cumprir ordens ilegais caso se voltem a repetir".

Abascal prometeu que as "mobilizações contra o golpe vão ser constantes e crescentes".

Além do Vox, também na segunda-feira o presidente do Partido Popular espanhol (PP, direita), Alberto Núñez Feijóo, prometeu contestação aos acordos do PSOE com os independentistas catalães "com todos os recursos, em todas as instâncias e em todos os âmbitos", incluindo nas ruas, e convocou manifestações em 52 cidades no próximo domingo.

Na sequência das eleições espanholas de 23 de julho, o PSOE está a fechar acordos com partidos nacionalistas e independentistas catalães, bascos e galegos que incluem uma amnistia para independentistas da Catalunha que protagonizaram a tentativa de autodeterminação da região em 2017.

Se todos os acordos se confirmarem, Pedro Sánchez poderá ser reconduzido como líder do Governo de Espanha.

Se até 27 de novembro não houver novo primeiro-ministro investido pelo parlamento, Espanha terá de repetir as eleições.

Leia Também: Espanha promete explicar a Bruxelas "detalhes" de futura lei de amnistia

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