"Não haverá cessar-fogo sem a libertação dos nossos reféns", sublinhou o governante israelita, numa breve mensagem na rede social X (antigo Twitter).
Netanyahu não especificou, no entanto, se exige a libertação de todos ou de alguns dos 240 reféns que o Hamas fez, para uma possível trégua.
As negociações para um cessar-fogo em troca de reféns estão a ser lideradas pelo Egito e pelo Qatar, segundo informaram hoje à agência Efe duas fontes familiarizadas com o processo.
לא תהיה הפסקת אש בלי שחרור חטופינו.
— Benjamin Netanyahu - בנימין נתניהו (@netanyahu) November 8, 2023
Fonte próxima do Hamas em Gaza, movimento considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos da América e que controla o enclave desde 2007, disse à agência France-Presse (AFP) que o Qatar estava a mediar a libertação de 12 reféns, incluindo seis norte-americanos, em troca de "uma trégua humanitária de três dias".
Em Doha, uma fonte próxima das discussões, que falou sob condição de anonimato, tinha referido anteriormente que o Qatar estava a liderar esta mediação "em coordenação com os Estados Unidos (...) para obter a libertação de 10 a 15 reféns em troca de um cessar-fogo de um a dois dias".
Mas o primeiro-ministro israelita rejeitou mais uma vez qualquer cessar-fogo sem a libertação dos reféns.
"Gostaria de rejeitar todos os tipos de rumores vãos que nos chegam de todos os lados e repetir claramente uma coisa: não haverá cessar-fogo sem a libertação dos nossos reféns. Todo o resto é inútil", apontou Netanyahu, durante uma reunião com representantes dos colonos da Cisjordânia, de acordo com um comunicado divulgado pelo seu gabinete.
Segundo a fonte próxima do Hamas, as discussões estão paralisadas neste momento "sobre a duração" da trégua e a inclusão num possível acordo do "norte da Faixa de Gaza, palco de operações de combate em grande escala".
"O Qatar está a aguardar uma resposta dos israelitas", vincou a mesma fonte à AFP.
Esta eventual trégua deverá também permitir ao Egito, que faz fronteira com a Faixa de Gaza, "entregar mais ajuda humanitária" ao território palestiniano sitiado, através da passagem de Rafah, segundo a mesma fonte.
Mais de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza no dia do ataque sem precedentes levado a cabo em 07 de outubro por comandos do Hamas em solo israelita.
Pelo menos 1.400 pessoas morreram em Israel desde o início da guerra desencadeada por este ataque, a maioria civis mortos em 07 de outubro, segundo as autoridades israelitas.
Na Faixa de Gaza, a retaliação de Israel, que diz querer destruir o Hamas, deixou 10.569 mortos, incluindo 4.324 crianças, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
Israel recusa qualquer trégua humanitária até que os reféns sejam libertados, apesar dos apelos urgentes da ONU, de organizações não-governamentais (ONG) e de outros países para um cessar-fogo ou uma pausa que permita a entrega de ajuda à população privada de água, eletricidade, alimentos e medicamentos.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do G7, reunidos hoje em Tóquio, expressaram o seu apoio ao "cessar-fogo e corredores humanitários" em Gaza.
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