Quénia vai começar a pagar empréstimo de 1,8 mil milhões de euros
O Presidente queniano, William Ruto, anunciou hoje que o país pagará em dezembro a primeira prestação de 300 milhões de dólares do empréstimo eurobond de 2 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros), com vencimento em junho de 2024.
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Mundo William Ruto
Nairobi, 09 nov 2023 (Lusa) -- O Presidente queniano, William Ruto, anunciou hoje que o país pagará em dezembro a primeira prestação de 300 milhões de dólares do empréstimo eurobond de 2 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros), com vencimento em junho de 2024.
"Trabalhámos arduamente, aqui e no estrangeiro, para mobilizar uma vasta coligação de parceiros de desenvolvimento bilaterais (...), bancos multilaterais de desenvolvimento e outras agências que se juntaram para tirar o nosso país da dívida pendente", declarou hoje Ruto perante o parlamento.
O anúncio do Presidente foi feito no seu primeiro discurso sobre o Estado da Nação depois da vitória nas presidenciais de agosto de 2022 e após um primeiro ano no poder marcado pelo aumento do custo de vida, uma crise acentuada pelos efeitos da guerra na Ucrânia.
"Os nossos esforços para estabilizar a situação alcançaram tais progressos que em dezembro próximo poderemos liquidar o primeiro pagamento de 300 milhões de dólares (...) sobre a dívida de 2 mil milhões de dólares em eurobonds que vence no próximo ano", disse Ruto.
"Posso agora confirmar com confiança que vamos pagar a dívida", disse, referindo que os esforços do país permitiram "normalizar" as suas relações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
No início de outubro, a imprensa queniana noticiou que o Quénia tinha iniciado conversações com o FMI e outras instituições financeiras para obter um novo empréstimo que lhe permitisse reembolsar o Eurobond, depois do valor da sua moeda nacional ter sido atingida pela inflação.
O vice-presidente Rigathi Gachagua anunciou, então, que Ruto iria pedir à China um novo empréstimo de mil milhões de dólares para concluir projetos rodoviários suspensos, durante a sua visita a Pequim nesse mês para participar no III Fórum das Novas Rotas da Seda.
Gachagua acrescentou, ainda, que o chefe de Estado queniano vai procurar obter uma extensão do período de reembolso dos empréstimos existentes com a China, que ascendiam a cerca de 6,3 mil milhões de dólares (5,8 mil milhões de euros) em março.
O Quénia, cujo antigo Presidente Uhuru Kenyatta (2013-2022) recorreu repetidamente a empréstimos - especialmente da China - para financiar grandes projetos de infraestruturas, enfrenta atualmente um enorme peso da dívida, equivalente a 67% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Esta situação levou à aprovação, em junho passado, de uma nova lei que, entre outras medidas, aumentou os impostos sobre os combustíveis para 16%, o que gerou uma tensão crescente e descontentamento social entre a população.
"O novo rumo pode não ser fácil, mas é ético, responsável, prudente e necessário. Tivemos de tomar decisões difíceis e escolhas dolorosas porque devemos aos quenianos fazer a coisa certa e confrontar os factos como eles são, sem pestanejar", defendeu-se Ruto durante o seu discurso de hoje.
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