"Ponto sem retorno", "risco". O "dia de guerra contra hospitais" em Gaza

As forças israelitas bombardearam três instalações médicas no norte de Gaza, provocando mortos e feridos, enquanto tanques cercaram pelo menos outras quatro instalações médicas onde milhares de pessoas se abrigaram.

Notícia

© Reuters

Notícias ao Minuto
10/11/2023 17:53 ‧ 10/11/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Israel/Palestina

Foram 24 horas particularmente sombrias para médicos, pacientes e pessoas abrigadas nos hospitais de Gaza.

As forças israelitas bombardearam três instalações médicas no norte de Gaza, provocando mortos e feridos, enquanto tanques cercaram pelo menos outras quatro instalações médicas onde milhares de pessoas se abrigaram.

Segundo a Al Jazeera, os ataques aos hospitais afetam não apenas milhares de pacientes, mas também cerca de 122 mil palestinianos deslocados que se abrigaram nessas instalações durante os bombardeamentos ​​de Israel.

"Ponto sem retorno"

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (ICRC) já apelou à proteção imediata de todos os civis, trabalhadores humanitários e médicos em Gaza. "O sistema de saúde em Gaza atingiu um ponto sem retorno, pondo em risco a vida de milhares de feridos, doentes e pessoas deslocadas", destacou um comunicado do ICRC, citado pela Al Jazeera.

O comité referiu ainda que qualquer operação militar em torno de hospitais deve ter em conta a presença de civis, que estão protegidos segundo o direito internacional. "As leis da guerra são claras. Os hospitais são estruturas especialmente protegidas", afirmou ainda.

"Dia de guerra contra os hospitais"

O diretor do hospital Al-Shifa - principal hospital de Gaza - classificou os ataques desta sexta-feira contra o seu hospital e os outros afetados como um "dia de guerra contra os hospitais" acrescentando que foi "trágico em todos os sentidos da palavra".

"Os doentes e feridos ocupam todos os corredores do hospital e não podemos realizar operações cirúrgicas", afirmou Muhammad Abu Salmiya. "Não conseguimos encontrar uma cama de solteiro para acomodar as vítimas. Estamos a tomar decisões difíceis entre quem salvar e quem deixar morrer…", acrescentou.

Abu Salmiya revelou que apenas quatro secções do hospital ainda funcionam: a unidade de cuidados intensivos, a incubadora de bebés, a sala de operações e a unidade de diálise. "Essas enfermarias não podem funcionar sem eletricidade. Precisamos urgentemente de combustível… para manter estas unidades críticas em funcionamento. A vida de milhares de pacientes está por um fio. Isto é um crime de guerra", frisou.

O diretor acrescentou que os milhares de deslocados que vivem dentro do hospital estão sem comida nem água e que o medo é que Israel bombardeie o hospital e o destrua.

Recorde-se que as forças israelitas atacaram o complexo hospitalar Al Shifa, o centro infantil Al Rantisi e o hospital Al Quds.

Além disso, tanques israelitas estão a cercar quatro hospitais, por todas as direções. Segundo o ministério da Saúde de Gaza, trata-se dos hospitais Al Rantisi Hospital, Al Nasr Hospital, Government Eyes Hospital e Mental Health Hospital.

Os ataques ocorrerem um dia depois de a Casa Branca ter dito a que Israel concordou em interromper as operações militares em partes do norte de Gaza, embora o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tenha dito à Fox News que a batalha contra o Hamas continua, exceto "em locais específicos por um determinado período".

Leia Também: Israel: 'Media' internacionais negam acusações do Governo israelita

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas