"Não pode haver uma autoridade dirigida por alguém que, mais de 30 dias após o massacre [de 07 de outubro], ainda não o condenou (...). Será necessário algo mais lá. Mas, em todo o caso, terá de haver o nosso controlo de segurança", afirmou Benjamin Netanyahu, num discurso citado pela Agência France Presse.
Netanyahu insistiu que Israel precisa de "um controlo de segurança total, com a possibilidade de entrar sempre que quiser, para retirar os terroristas que possam surgir novamente".
"Não haverá autoridade civil que ensine às suas crianças o ódio a Israel, o ódio aos israelitas", disse ainda.
A Autoridade Palestiniana e Israel têm sido acusados de ensinar violência e ódio, ou de diabolizar o outro, nos seus programas escolares.
"No dia seguinte, Gaza será desmilitarizada, não haverá mais ameaças de Gaza sobre Israel. O massacre de 07 de outubro provou definitivamente que em qualquer lugar que não esteja sob controlo de segurança de Israel ver-se-á o regresso do terror", defendeu Netanyahu.
O primeiro-ministro israelita considerou que "tal verificou-se na Cisjordânia", outro território palestiniano ocupado por Israel, onde o exército israelita, desde o início da guerra, aumentou as incursões em cidades teoricamente sob controlo da Autoridade Palestiniana.
A Cisjordânia está separada geograficamente da Faixa de Gaza, que tem sido constantemente bombardeada por Israel desde 07 de outubro, em resposta ao ataque do Hamas.
Ainda hoje, Benjamin Netanyahu insistiu na posição que tem mantido de rejeitar a aceitação de um cessar-fogo, assegurando que o seu exército vai continuar a trajetória para derrotar e desmantelar o Hamas.
Netanyahu repetiu que um cessar-fogo apenas seria possível se os 239 reféns detidos em Gaza fossem todos libertados, lembrando que as autoridades israelitas estão empenhadas em permitir a saída de civis da zona norte para a zona sul do enclave.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 36.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 11.000 mortos, cerca de 28.000 feridos, cerca de 2.500 desaparecidos, na maioria civis, e cerca de 1,5 milhões de deslocados, segundo as autoridades locais.
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