"O atual cenário mundial sublinha a urgência de estabelecer uma zona livre de armas de destruição maciça no Médio Oriente", defendeu o representante permanente do Irão junto das Nações Unidas, Amir Said Iravani, alegando que essas armas constituem "uma ameaça existencial para a humanidade".
Iravani disse que este tipo de armamento "serve frequentemente como instrumento de chantagem" e sublinhou que "é necessário enfrentar os riscos associados à partilha ou potencial aumento de armas nucleares pelos Estados Unidos e pela NATO".
"A nível regional, o arsenal de armas do regime israelita causou imensa preocupação com a proliferação (nuclear)", observou o diplomata iraniano, ao mesmo tempo que sublinhou que as palavras do ministro do Património israelita, Amihai Eliyahu, "revelam o perigo destas armas nas mãos de um regime ilegítimo".
"Perante as recentes atrocidades no Médio Oriente, expressamos a nossa preocupação urgente com a política de ambiguidade nuclear de Israel", disse o representante iraniano.
Iravani disse que "o sigilo que rodeia as capacidades nucleares de Israel representa uma ameaça significativa à estabilidade regional", razão pela qual apelou a "ações imediatas para resolver este assunto".
"Nestes tempos críticos, é mais urgente do que nunca estabelecer uma tal zona - livre de armas nucleares - no Médio Oriente. O estabelecimento de uma zona livre de armas nucleares no Médio Oriente é um passo essencial para um futuro mais seguro", defendeu Iravani.
Após as declarações do ministro israelita Eliyahu, o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, distanciou-se desta posição e anunciou a suspensão do titular da pasta nas próximas reuniões ministeriais, embora por enquanto ele permaneça no cargo.
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hosein Amirabdolahian, apelou às Nações Unidas e à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para adotarem "ações rápidas e imediatas" para desarmar Israel.
As autoridades de Israel - um dos principais países opositores à restauração do acordo nuclear assinado em 2015 pelo Irão - mantêm uma política de "ambiguidade nuclear" e não confirmaram oficialmente ter estas armas, embora se admita que tenham dezenas ou centenas ,após a revelação do seu programa por um antigo técnico nos anos 80.
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