Irão pede "zona livre" de armas nucleares no Médio Oirente

As autoridades iranianas apelaram hoje à criação de "uma zona livre de armas de destruição em massa" no Médio Oriente e criticaram as "ameaças nucleares" de um ministro israelita que admitiu o seu uso em Gaza.

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Lusa
14/11/2023 14:18 ‧ 14/11/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"O atual cenário mundial sublinha a urgência de estabelecer uma zona livre de armas de destruição maciça no Médio Oriente", defendeu o representante permanente do Irão junto das Nações Unidas, Amir Said Iravani, alegando que essas armas constituem "uma ameaça existencial para a humanidade".

Iravani disse que este tipo de armamento "serve frequentemente como instrumento de chantagem" e sublinhou que "é necessário enfrentar os riscos associados à partilha ou potencial aumento de armas nucleares pelos Estados Unidos e pela NATO".

"A nível regional, o arsenal de armas do regime israelita causou imensa preocupação com a proliferação (nuclear)", observou o diplomata iraniano, ao mesmo tempo que sublinhou que as palavras do ministro do Património israelita, Amihai Eliyahu, "revelam o perigo destas armas nas mãos de um regime ilegítimo".

"Perante as recentes atrocidades no Médio Oriente, expressamos a nossa preocupação urgente com a política de ambiguidade nuclear de Israel", disse o representante iraniano.

Iravani disse que "o sigilo que rodeia as capacidades nucleares de Israel representa uma ameaça significativa à estabilidade regional", razão pela qual apelou a "ações imediatas para resolver este assunto".

"Nestes tempos críticos, é mais urgente do que nunca estabelecer uma tal zona - livre de armas nucleares - no Médio Oriente. O estabelecimento de uma zona livre de armas nucleares no Médio Oriente é um passo essencial para um futuro mais seguro", defendeu Iravani.

Após as declarações do ministro israelita Eliyahu, o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, distanciou-se desta posição e anunciou a suspensão do titular da pasta nas próximas reuniões ministeriais, embora por enquanto ele permaneça no cargo.

Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hosein Amirabdolahian, apelou às Nações Unidas e à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para adotarem "ações rápidas e imediatas" para desarmar Israel.

As autoridades de Israel - um dos principais países opositores à restauração do acordo nuclear assinado em 2015 pelo Irão - mantêm uma política de "ambiguidade nuclear" e não confirmaram oficialmente ter estas armas, embora se admita que tenham dezenas ou centenas ,após a revelação do seu programa por um antigo técnico nos anos 80.

Leia Também: Israel investiga casos de violência sexual cometidos a 7 de outubro

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