A esposa do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, enviou uma carta à primeira-dama dos Estados Unidos da América, Jill Biden, na qual apelava à sua ajuda para a libertação dos reféns israelitas às mãos do Hamas, esta quarta-feira.
“Escrevo-lhe não apenas como esposa de Bibi, mas acima de tudo como mãe, para si como primeira-dama e mãe”, introduziu Sara Netanyahu.
Dando conta de que estão 32 crianças entre os reféns do Hamas, a esposa do chefe do Governo israelita apontou ainda que uma mulher grávida deu à luz entre "estes assassinos", que terão, também, raptado um bebé de 10 meses.
“Pode apenas imaginar, tal como eu, o que deve estar a passar pela cabeça daquela jovem mãe, enquanto está em cativeiro destes assassinos com o seu recém-nascido. O Hamas também raptou um bebé de 10 meses. Um bebé. Foi raptado mesmo antes de aprender a andar ou a falar”, disse.
E rematou: "Temos de falar em nome destas crianças. Temos de apelar à libertação imediata deles e de todos os reféns. Temos de exigir que a Cruz Vermelha os visite imediatamente. Ainda não o fizeram. Este pesadelo que começou há mais de um mês tem de acabar. Estas crianças precisam da nossa ajuda."
Mrs. Sara Netanyahu sent a letter to @FLOTUS Jill Biden in which she asked her to work toward the immediate release of the Israeli hostages being held – as a crime against humanity – by Hamas in Gaza. pic.twitter.com/mYkzF0IjwP
— Prime Minister of Israel (@IsraeliPM) November 15, 2023
De notar que, na terça-feira,o porta-voz das Brigadas al-Qassam, Abu Obeida, declarou num vídeo que o Qatar está a mediar um acordo que pode resultar na libertação de "200 crianças e 75 mulheres palestinianas" que estão em prisões israelitas, embora tenha apontado para a "procrastinação" das autoridades israelitas.
"O inimigo solicitou a libertação de cerca de 100 mulheres e crianças detidas em Gaza", afirmou o porta-voz da Brigada al-Qassam, antes de especificar que, se for acordada uma trégua de cinco dias, 50 mulheres e crianças israelitas poderão ser libertadas.
"O número pode chegar até 70, dada a presença de detidos de vários países, desde que a trégua garanta a entrada de ajuda humanitária ao nosso povo em toda a Faixa de Gaza", explicou.
No entanto, Obeida reiterou que a ocupação israelita continua a atrasar este processo e que Israel evita fazer a sua parte, ignorando não só a vida dos civis palestinianos, como também dos seus próprios reféns.
No final do dia, o presidente dos EUA, Joe Biden, e Netanyahu "discutiram longamente os esforços em curso para conseguir a libertação dos reféns detidos pelo Hamas", segundo indicou a Casa Branca, em comunicado.
"Falo todos os dias com as pessoas envolvidas. Acredito que se chegará a um acordo, mas não quero entrar em pormenores", disse o chefe de Estado, aos jornalistas.
Depois do ataque surpresa do Hamas contra o território israelita, sob o nome 'Tempestade al-Aqsa', Israel bombardeou a partir do ar várias instalações daquele grupo armado na Faixa de Gaza, numa operação que denominou 'Espadas de Ferro'.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), tendo acordado com a oposição a criação de um governo de emergência nacional e de um gabinete de guerra.
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