"Não demos luz verde às suas operações militares à volta do hospital", disse Kirby, durante uma conferência de imprensa em São Francisco, onde o Presidente dos EUA, Joe Biden, se reúne com o seu homólogo chinês, Xi Jinping.
Segundo o porta-voz, os Estados Unidos não estão envolvidos na operação que as tropas do Exército israelita realizaram hoje no interior do hospital al-Shifa, onde Israel afirma que o grupo islamita Hamas tem o seu principal centro de comando, o que a organização palestiniana nega.
"Não queremos ver hospitais atacados pelo ar. Não queremos que civis inocentes, doentes e pessoal médico sejam vítimas do fogo cruzado entre o Hamas e as Forças de Defesa de Israel. Acreditamos que os hospitais devem ser protegidos", argumentou Kirby.
No entanto, o porta-voz apoiou a tese israelita de que o Hamas usa o hospital como escudo e considerou que isso acrescenta um "fardo adicional" às operações militares israelitas.
A Casa Branca já tinha garantido, na terça-feira, que os serviços de informações dos EUA concluíram que o Hamas e a Jihad Islâmica palestiniana utilizam alguns hospitais na Faixa de Gaza, incluindo o al-Shifa, como locais para preparar operações militares e esconder reféns e armas.
O hospital al-Shifa, o mais importante do enclave, localizado na cidade de Gaza, ficou sem eletricidade, água potável e alimentos há vários dias e abriga cerca de 3.000 pessoas, entre deslocados, pessoal médico e doentes, incluindo mais de 30 bebés prematuros cujas vidas estão em perigo.
A assessoria de imprensa do Governo da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas desde 2007, assegura que o Exército israelita entrou em al-Shifa com tanques, explosivos, 'drones' e soldados fortemente armados.
Israel declarou guerra ao Hamas em 07 de outubro, após um ataque deste grupo islamita que incluiu o lançamento de milhares de foguetes e a infiltração no território israelita de cerca de 3.000 milicianos que massacraram cerca de 1.200 pessoas e raptaram mais de 240.
Desde então, as forças aéreas, navais e terrestres de Israel atacaram diariamente a Faixa de Gaza, provocando mais de 11.300 mortes, 29.200 feridos e 3.600 desaparecidos sob os escombros, segundo o Hamas, no poder em Gaza desde 2007.
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