"Netanyahu deve sair imediatamente (...) Precisamos de uma mudança, Netanyahu não pode continuar a ser primeiro-ministro", disse Lapid, em entrevista ao canal israelita N12.
"Não nos podemos dar ao luxo de uma longa campanha [militar] com um primeiro-ministro em quem a população já não tem qualquer confiança", acrescentou.
Quatro dias após o ataque do Hamas em território israelita, a 07 de outubro, Netanyahu e o líder da oposição no parlamento, Benny Gantz, anunciaram um acordo para a criação de um "governo de emergência" durante a guerra.
Por seu lado, Yair Lapid acusou o Governo de Netanyahu de "fracasso imperdoável" por não ter conseguido impedir o ataque do Hamas, sem precedentes desde a criação de Israel, no qual foram mortas cerca de 1.200 pessoas e mais de 200 foram sequestradas, na maioria civis, de acordo com as autoridades.
Apesar de se ter declarado a favor de um "governo de unidade" durante a guerra que Israel decretou contra o Hamas, Lapid, tal como Gantz, recusou juntar-se ao governo liderado por Netanyahu, por considerar que incluía "extremistas" como Itamar Ben Gvir, ministro da Segurança Pública e chefe da Força Judaica de extrema-direita.
O atual líder da oposição, que esteve à frente de uma coligação heterogénea no poder antes do regresso de Netanyahu ao cargo depois das legislativas de novembro de 2022, não apelou publicamente à demissão de Netanyahu desde os ataques de 07 de outubro, noticiaram os meios de comunicação israelitas.
Na entrevista ao canal N12, Lapid não defendeu a realização de eleições antecipadas, mas sim a votação de uma moção de confiança no parlamento, abrindo caminho à formação de um novo governo liderado, desta vez, por outro membro do Likud, o partido de Netanyahu.
"Não é altura de realizar eleições (...) Devemos optar pela reconstrução nacional com outro primeiro-ministro do Likud", declarou Lapid.
As declarações de Lapid foram imediatamente rejeitadas pelo Likud, que considerou, em comunicado, a proposta de "lamentável e vergonhosa" em "tempo de guerra".
Em 07 de outubro, o Hamas lançou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Os bombardeamentos israelitas por ar, terra e mar causaram mais de 11 mil mortos, na maioria civis, na Faixa de Gaza, de acordo com dados do Hamas.
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